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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Flor de (res)Peito Exposto

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Todas as flores são bem-vindas,
Ao coração onde flores florescem,
Todas as cores dos olhos são lindas,
Se na cor dos olhos elas acontecem;
Mas, vão os olhos esquecendo sua cor,
Vão-se da memória vivas cores do amor,
E é nos jardins que as flores adoecem,
Ao verem nos olhos pétalas de dor,
   Que olhos sem cor esquecem!...

Levam flores brancas no peito,
Do coração nas mãos emana toda a cor,
Elevam-se até ao alto com alegre respeito,
Lá, no Altar, desaparece o medo da dor;
São flores a todas as cores fiéis,
Degraus, seiscentos e dezasseis,
Um a um, acariciados pelo crer merecedor,
Há fontes, e pura arte de incalculável valor,
Gigantes, uma estrela entre reis,
Ateus e crentes em todas as leis,
Há água fresca, sereias e fresca luz interior,
Há árvores e flores de Fé postas ao dispor,
Há a esperança no fim de pecados cruéis,
   Há um coração de luz cheio de amor!...

Há o coração de todo um povo satisfeito,
Feliz por ser amado pelo amor tão perfeito,
Florido no humilde coração tão acolhedor,
Esse carinhoso coração de Mãe, eleito,
    Pela reflorescente paixão do Criador!...

Todas as flores têm um lindo rosto,
Há em cada rosto, flores de apego,
Há um respeito mais puro exposto,
    No peito da linda flor de Lamego!...



Todas as flores são bem-vindas,
Ao coração onde a mais bela flor floresce, 
 Esse jardim que todas as flores faz lindas!...
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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Negação ao Poema Perfeito

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Estive muito perto do poema perfeito,
Mas sempre tive este defeito,
De chegar muito perto,
De ter descoberto,
O efeito,
Certo,
Do jeito,
Pelo respeito,
De encontrar no deserto,
Um poético oásis entreaberto,
Á perfeição de um poema feito a preceito,
Que o conselho ensina em seu desígnio encoberto,
Pela ditadura dos poetas em cada poema suspeito,
Esse poema que esteve tão próximo de ser liberto,
     Mas ali se deixou ficar para sempre insatisfeito!...

Estive muito perto do Poema perfeito,
Esteve esse Poema tão perto de mim,
Mas tive sempre esse defeito,
       De ver a poesia sem fim…
 Como se… o cume,
Fosse perfume,
   De mim!...
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sábado, 4 de março de 2017

Mimosas de Março ( Flores Tardias 2 )


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E antes que eu morra,
Florirei mais uma vez,
Talvez ainda te ocorra,
Entre laivos de timidez,
A salvação!...
Mas, não…
Do viço à palidez,
Vai mirrando o coração,
Esvanece sua robustez,
    Tanta beleza em vão!...

O tempo das flores doentes é escasso,
Tão escasso quanto o delicado florido das mimosas,
E do movimento suave de suas flores graciosas;
Hoje é o quarto dia de Março,
Para as raízes do tempo sobra muito espaço,
Tempo que falta à suavidade das flores silenciosas,
     Que morrem sem sentir o calor terno de um abraço!...

O amarelo é de um verde suave,
De uma estranha suavidade forte,
Como o voo inocente da inocente ave,
    Que trás consigo a mensagem da morte!...

Voltou a neve e a beleza da brancura,
Ainda trás consigo o manto frio do Inverno,
Morrem as flores mimosas em fria amargura,
Mas não trouxe a esperança do milagre da cura,
    Com as flores das mimosas, se vão do seu inferno!...
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segunda-feira, 6 de abril de 2015

Lírios do Desejo


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A textura de natural beleza,
Frescura no desejo implícito,
Eflúvio de uma florida leveza,
A tentação na carne indefesa,
A inocência do prazer solícito,
Os beijos em flor da natureza,
e…
A primavera do invite explícito,
Ao férvido olhar do desejo vivo,
O olhar, cumplicidade e indução,
A flor, o pólen proibido,
 O inocente motivo,
     E o tesão!...
As essências e o coração,
O “feeling” expressivo,
A denunciada expressão,
O aguardar exaustivo,
A calma submissão,
Aveludada rendição,
O cilício contemplativo...
Desvanece-se a Primavera,
    Esmorece a ilusão!...

Há um lírio que já não é o que era,
Nada resta do que poderia ter sido,
Á brancura da alma, lírios lhe dera,
Lírios brancos, a um lírio oferecido,
Lírio que andou sempre escondido,
    Nos verdes desejos de Primavera!...
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terça-feira, 29 de maio de 2012

Linhas!...


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…Conheceram-se entre linhas carregadas de uma certa inocência adocicada na manha das cartas e não descartaram a hipótese de perpendicularem os caminhos da escrita!... O mel das palavras foi escorrendo nas inclinadas linhas de uma fina teia já cruzada em rede, como perpendiculares esperançadas à espera, também elas, de se cruzarem entre si, transformando o desejo pautado num encontro longe de ser quadriculado!... Bem à maneira dos tempos alinhados, um dia fecharam os envelopes e combinaram dar cartas brancas, logo que suas linhas, já trepadoras compulsivas de paredes até aos caibros, se encontrassem. Depois de contados, um por um, muito lá no alto e bem a pino, bem teso como a contagem reivindicava entre as linhas das entrelinhas e desejos estranhamente desalinhados, pelo que cada um imaginava o alinhamento ávido dos sonhos do outro, na mesma proporção do que cada um sentia por si mesmo!... Combinaram também, na última troca de linhas, que ela estaria à sua espera com duas linhas na mão, e ambas sustentando o perfeito equilíbrio de uma dúzia de letras de boas vindas, na simbiose ideal das palavras e a felicidade bem-vinda, bem visível no “SOU a TUA LINHA” que escrevera, distinguindo-se das demais anónimas passageiras casuais!... Por sua vez, ele, quando chegasse, e por alinhamento recíproco, sairia do comboio com duas correspondentes linhas firmes, alinhando a gratidão numa igual “SOU a TUA LINHA”, sem qualquer também, porque era um desejo seu e prenda surpresa!...  Ambas as linhas, nas suas costas e nas costas das mesmas folhas, haviam convergido, sem que um do outro soubesse, num “quero teu beijo”; seria uma surpresa do tamanho de suas longas e doces trocas de linhas e suas linhas saltariam de um para o idílio do outro, encontrando-se... cruzando-se numa troca de fluidos contidos que há tempo demais escorriam na incontinência das linhas paralelas, aquando de posições verticais, tal era o desejo de se meterem umas pelas outras, as linhas embeiçadas e ansiosas!...
O comboio chegou, percorrendo e percorrido que foi o corpo cúmplice das linhas e duas folhas caíram em movimentos laterais de vaivém seco… leve… e… suave… queda, lá do alto das pontas dos dedos que as seguravam, mal os olhos alinharam a linha de visão na direção do virado “eram suas linhas”, trespassadas por frias pedras de granizo que desfizeram certezas e dúvidas!...
Ali ficaram dois beijos desajeitados e abandonados à pressa, no chão de todos os pés, caídos dos olhos cegos de donos sem lábios, servindo de tapete maltratado por todos que entravam e saíam dos comboios perfeitamente alinhados nas estações, nas linhas que levavam e traziam histórias de linhas desencontradas das partidas,
Das chegadas fingidas,
Das perdidas sem regresso!...
E os beijos paralelos,
Nunca se tocando por lábios belos,
Entregues com todo o amor confesso,
À paixão jamais sentida como excesso,
Pelos inocentes sonhos singelos,
Do imaculado desejo mais professo,
Páginas fechadas nos mais altos castelos,
Entre desconhecidas linhas sem acesso!...

E as linhas por onde as palavras se insinuam, distantes da beleza que cada desejo imagina, cruzam paralelismos de ilusões, já sem a sensação da textura das cartas, sem o cheiro de beijos enviados ao destinatário!...
Restam espaços brancos sem linhas ligados às palavras perfeitamente alinhadas que se escrevem a si mesmas... entre si, sem margens para erros!... 
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