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Gosto de envelhecer com as palavras que
nunca envelhecem,
Quase gosto de não ser conhecido pelos
que me conhecem,
E pelos outros que pudessem gostar de me
conhecer!...
Leio-os entre as poucas palavras que
acontecem,
Conhecem-me pelo gosto em não me ler,
Não leem sobre a vida acontecer,
E, vazios de mim… desaparecem!...
Gosto de adivinhar secretas leituras,
Das palavras revindas e das que nunca
partiram,
Gosto das palavras eternas e das eternas
loucuras,
Escrevo-me de alma nua em memória de
velhas diabruras,
E aspiro cada partícula de pó que a pó
memórias se reduziram,
Procuro-me na roupa das palavras que se
despiram,
Visto cada palavra em que vejo velhas
ternuras,
Dispo-me da velhice com que se vestiram,
E rejuvenesço palavras sem amarguras!...
Não sabem lidar com o que não sou…
As palavras dos que se escrevem
envelhecidos,
Escrevo nas palavras que não sei porque
Ele perdoou,
-Mas sei!...
Não escreveu Ele direito o que o homem
entortou?!...
Há sempre quem escreva sobre os perdões acontecidos,
Há sempre quem escreva sobre os perdões acontecidos,
Perenes, palavras e causas são a causa de
alguém que condenou,
Precede a palavra condenada, à inocência dos
condenados e perseguidos,
Mas nunca seguidos,
Aos
olhos sociais da lei!...
E, envelhecendo, eu aqui estou,
Lidando com palavras dos não lidos,
Ainda a sorrir para as palavras que te dei,
Só minha palavra, muito minha, não te
dou,
Palavras de minha palavra com que
fiquei!...
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