Mostrar mensagens com a etiqueta Lamego. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Lamego. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Maneira de Ser

.
.
.

Talvez não seja uma escolha minha,
Esta minha pessoal maneira de ser,
Não escolhi minha maneira de nascer,
Nem sei se qualquer escolha eu tinha,
     Mas escolho minha maneira de morrer!..

Há uma única maneira de ser na morte,
Tão única, quanto o desejo de a vencer,
Um desejo que vive na maneira de viver,
Essa maneira de ser do desejo mais forte,
     Fraco na maneira de sua morte escolher!...

E este medo da morte não me ser breve,
Esta maneira de ser que me vai matando,
Medo que a morte indecisa não me leve,
     E já indeciso da morte, morto vá ficando!...

Nada temas, ó vida que tudo me deste,
Eu não escolhi minha maneira de nascer,
Mas antes que nada desta vida me reste,
    Vivo, escolho minha maneira de morrer!...
.
.
.


  

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Flor de (res)Peito Exposto

.
.
.

Todas as flores são bem-vindas,
Ao coração onde flores florescem,
Todas as cores dos olhos são lindas,
Se na cor dos olhos elas acontecem;
Mas, vão os olhos esquecendo sua cor,
Vão-se da memória vivas cores do amor,
E é nos jardins que as flores adoecem,
Ao verem nos olhos pétalas de dor,
   Que olhos sem cor esquecem!...

Levam flores brancas no peito,
Do coração nas mãos emana toda a cor,
Elevam-se até ao alto com alegre respeito,
Lá, no Altar, desaparece o medo da dor;
São flores a todas as cores fiéis,
Degraus, seiscentos e dezasseis,
Um a um, acariciados pelo crer merecedor,
Há fontes, e pura arte de incalculável valor,
Gigantes, uma estrela entre reis,
Ateus e crentes em todas as leis,
Há água fresca, sereias e fresca luz interior,
Há árvores e flores de Fé postas ao dispor,
Há a esperança no fim de pecados cruéis,
   Há um coração de luz cheio de amor!...

Há o coração de todo um povo satisfeito,
Feliz por ser amado pelo amor tão perfeito,
Florido no humilde coração tão acolhedor,
Esse carinhoso coração de Mãe, eleito,
    Pela reflorescente paixão do Criador!...

Todas as flores têm um lindo rosto,
Há em cada rosto, flores de apego,
Há um respeito mais puro exposto,
    No peito da linda flor de Lamego!...



Todas as flores são bem-vindas,
Ao coração onde a mais bela flor floresce, 
 Esse jardim que todas as flores faz lindas!...
.
.
.





quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Degraus da Fé... (essas Pedras de Coração Aberto)

.
.
.

Às vezes, dava por mim perdido,
Ali, num lugar privilegiado da história,
À procura das estórias de santo sossego;
Embala-me cada degrau onde me aconchego,
E subo entre memórias ao encontro da memória,
Seguindo a luz padroeira que amamenta a trajectória,
   Até ao efeito mais profundo, lá no alto de Lamego!...

A mais pequena pedra de cada monumento,
Era uma pequena parte do rosto de alguém,
Quase podia sentir em mim, cada momento,
Olhares das almas gravados num fragmento,
Meus olhos procurados pela alma, também,
Para serem as testemunhas do sacramento,
    E, juntos, subirem até ao amor de Mãe!...

Imagino incrustar-me no rosto da fé anunciada,
Esculpir-me na promessa e ser degrau contemplativo,
Sentir as dores sobre cada degrau de dívida saldada,
E obter uma resposta diferente da sempre dada,
Por cada lágrima de pedra no rosto meio vivo,
Uma atrás de outra lágrima ressuscitada,
   Até ser divino remédio compassivo!...

Aproximo-me, pé-ante-pé,
Observo pecados intermédios,
Assediadores são vítimas de assédios,
Mercadores crentes no amor da sagrada Fé,
  Em Nossa Senhora dos Remédios!...
.
.
.




sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A Ponte sobre Pedras firmes do Rio

.
.
.
Minhas pedras silenciosas,
Que tanto resistis às águas mansas,
E tu, minha doce água que não te cansas,
Que passaste por amargas línguas furiosas,
Tão vivas são as vossas memórias grandiosas,
No coração das memórias sem lembranças,
   Pontes erguidas sobre pedras saudosas!...

São tão tuas estas minhas estórias,
Recordações sobre tuas águas estagnadas,
Onde flutua a nostalgia de minhas memórias,
Não me lembro de comprometidas promissórias,
Nem outras dívidas sobre muitas águas passadas,
Devo-te todas as minhas silenciosas glórias,
Barquitos de papel sobre águas paradas,
   Ponte de recordações obrigatórias!...

Devo-te tudo do que nada me deves,
Atrevo-me a nadar à volta de tuas velhas águas,
Pergunto-me, como a todas as pedras, tu te atreves,
    A ser pedra tão firme nesse teu rio de tantas mágoas!...
.
.
.




  

domingo, 24 de novembro de 2013

Colher de Pau (Finalistas)

.
.
.

Há uma história sobre penosas,
Gordas como só a pedrês do vizinho,
Esgravatavam umas receitas preciosas,
Nas estudantis cogitações pecaminosas,
Regadas com a inspiração de imenso vinho,
Néctar que nenhum estudante deixa sozinho,
    Esse professor de posteriores lições miraculosas!...

Sabe-se de um tardio jantar prometido,
Pela tradição que a todos dava muito jeito,
Se alguns estudavam para um futuro perfeito,
Já eram outros doutores de galinheiro prevenido;
Despreocupada cacarejava a galinha sem preconceito,
Se uns preferiam a tentação da coxa ou cobiçado peito,
    Asas fortes em pratos de moçoilas eram desejo resolvido!...

Nas entrelinhas dos livros da vida,
Entre a cultura dos sábios consagrados,
Histórias sobre estudantes mais empenhados,
Ensinam aos mestres de juventude perdida,
O segredo mal guardado na excata medida,
     Do mesmo empenho e iguais predicados!...

Namoravam-se as pitas depois de algum estudo,
Água na boca matava a sede ao ver as mais gordinhas,
Combinavam-se encontros entre raposas e as galinhas,
Todo pedrado, de crista murcha, lá dormia o galo mudo,
Convencer as convencidas penosas era um caso bicudo,
    Prometiam-se panelas para as aninhar bem quentinhas!...

Era a feijoada no fim do dia, um prato com forte potência,
 Onde os galináceos voluntariosos aprenderiam a mergulhar,
E nem um ”perdido” porco encontrado por aí a deambular,
Deixou de dar o corpo pela comparticipação da exigência,
Na falta do fogueteiro, continua a festa com flatulência,
     São os donos convidados de quem os andou a roubar!...

Mas é preciso uma forte colher,
Colher leve, imensa como a sabedoria,
Deve ter carácter e o querer da idolatria,
Ser forte na certeza do rumo que se quer,
Saber misturar os condimentos de mulher,
     Com o jovem tempero de varonil filosofia!...

Há diversas histórias de colheres vestidas de fitas,
Entrelaçando o futuro das cores numa difícil travessia, 
Que começa numa despedida de entusiasmados finalistas!...
.
.
.