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Foi subjugado um forte rio,
Por duas margens apaixonadas,
Sempre se amaram apartadas,
Pelo ávido desejo de ser vadio,
Daquele manhoso curso vazio,
Amor de vivas águas esvaziadas!
Nesse vaidoso,
Rio sinuoso,
Que às margens se insinua,
Rola um seixo medroso,
Com cicatrizes de Lua,
Luar de banho vaidoso,
Perdido no poder amoroso,
Do desamor que desagua!
As margens lá continuam,
De si ambas distantes,
Nada ficou como dantes,
Suas lágrimas já não desaguam!
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VOU SER VADIA
ResponderEliminarQuero ser vadia,
Nos palcos da vida,
Não há tempo marcado,
Para ser vadia.
É a vontade que surge,
Que oferece o apetite,
De viver uma vida,
Sem tempo marcado,
Para ser vadia!..
Vou viver, uma vida diferente,
No querer ser vadia.
Vou levar a guitarra,
Sem música estudada,
Vou marcar-lhe o compasso,
Vou sussurrar-lhe baixinho,
Uma música suave,
Que lhe diga, deixa-me, é assim!…
Eu… quero ser vadia.
Vou fazer para mim, para ti e para todos,
A mais linda canção,
Numa serenata,
Vou convidar a lua, o mar, a chuva
E algumas aves, para me acompanharem,
Numa nova aventura, essa
A de ser vadia! ….
2011-01-29.
Maria Inês
Ná
O ambiente é lótico e o poema é um mergulho “À Margem” do indizível, circunscrito pela paisagem diVersa num mundo de significados onde cada alma é um rio desaguando [delta] na história que é de amor.
ResponderEliminarUm homem. Uma mulher. A natureza. E seus mistérios: “Sempre se amaram apartadas”. O verso segue seu “curso’ d’Alma no rio que não é ‘vazio”, simbolizando a passagem do tempo e como as águas que não voltam, o tempo jamais volta, ambos seguem suas vidas no “Amor de vivas águas esvaziadas!”.
A ideia do movimento circular [“Rio sinuoso”] provoca a fantasia, porque previsíveis, os grandes rios se perdem no mar e a poesia revela-se através da descoberta contínua e atrativa [“Que às margens se insinua”] devido ao seu caráter marcante por encontros e desencontros. As lembranças são dolorosas [‘Rola um seixo medroso, / Com cicatrizes de Lua”] e as hipóteses [rastros] favorecem a representação do que se busca, na linguagem poética que resguarda a noite como sombras férteis à imaginação [“Luar de banho vaidoso”] envolvendo-os de nostalgia e a ênfase ao ponto de exclamação é imprescindível ao desfecho do poema, que sendo de amor é tão triste quanto D“o desamor que desagua!”.
Diferentemente do palco, “As margens lá continuam” nos versos sobrepostos e assim como o rio precisa seguir seu curso, também as lágrimas, devolvendo a beleza desfrutada sob um céu sereno, cenário ou testemunha, recolhendo restos, rompendo margens de ontem e reinventando o presente e o futuro.
Porque é d’Alma, noutras d’Almas.
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Meu caro POETA;
ResponderEliminarMais um poema de grande qualidade na linha da que nos habitou.
Gostei bastante.
Um forte abraço.
Como pude viver antes
ResponderEliminarSem ler-te...Uauuu!
Belíssimo Poema
Metáforas Perfeitas
Amei!
Beijo!
(falar da separação desse modo fica linda, supera a dor.)
As margens desse belo e indecifravel rio da vida...abraços de bom dia amigo.
ResponderEliminarPoderia elogiar que é linda a sua forma de escrever. Ou dizer que me encanta.
ResponderEliminarPoderia dizer que sinto que na sua escrita tem sempre muito mais do que eu possa compreender.
Mas eu prefiro sempre dizer o que sinto ao ler, a impressão que ficou em mim, mesmo que não seja o que o autor quis dizer, transmitir, ou mesmo o que ele sentia ao escrever.
Porque as palavras correm feito um rio, nos banha superficialmente ou profundamente, depende do leitor que nele mergulha. Porque feito um rio que passa, mesmo comprimido pelas margens, ele segue, ele cria outros caminhos, ele invade, ele transborda, mas sempre segue...para desaguar.
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Enquanto escrevo, paro releio...e sabe que tive a impressão de uma pessoa que fala de dois amores, alguém que ama duas pessoas..
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Se outras leituras fizer, outras interpretações e sentires terei.
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Obrigada pelo seu comentário. E até ele eu preciso ficar relendo. rsrs
Um belissimo final de semana pra ti amigo,,,abraços.
ResponderEliminarGostei da metáfora. Um abraço.
ResponderEliminarMuito bom
ResponderEliminardo ventre até à foz
Vim deixar a noticia...
ResponderEliminarSábado dia 19 De Fevereiro
Tenho apresentação do meu livro
Caminhei ...Caminhando
e a apresentação de Algumas telas...
a Apresentação Será às 15H 45 Minutos
na Casa Luso-Angolana
Associação Lusófona do Porto
PRAÇA DAS FLORES
Edifício Fontanário.
Porto
Conto contigo e leva amigas(os)
beijo
sem mudar a sua interpretaçao acho que podemos ler este poema também desta maneira :
ResponderEliminarSuas lágrimas já não desaguam
Nada ficou com dantes
De si ambas distantes
As margens lá continuam
Do desamor que desagua
Perdido no porder amoroso
Luar de banho vaidoso
Com cicatrizes de lua
Roda um seixo medroso
Que ás margens se insinua
Nesse vaidoso
Rio sinuoso
Amor de vivas águas esvaziadas
Daquele manhoso curso vazio
Pelo ávido desejo de ser vadio
Sempre se amaram apartadas
Por duas margens apaixonadas
Foi subjugado um forte rio
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apenas mudei a sequencia de uma estrofe
achei a foto muito bem escolhida.
bom final de semana!
abraço