segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

...Vontade Amorfa



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Nos queixumes de um olhar sem vontade,
Ainda ressoam as promessas dos meliantes,
Ecos sem abrigo que morrerão sem a saudade,
Do pão de cinza que lhes alimentava a verdade,
Fogo sublime dado à vida que ardia por instantes,
Entre lampejos das horas verdes e fustigantes,
A palidez amorfa de espelhos sem vaidade!...

Dezoito Virgens darão à costa,
Geradas no útero da Terra violentada,
Mãe, tão Mãe, por demais desventrada,
Por tão ingénuas perguntas sem resposta,
Solução do pobre espírito que tanto gosta,
Silêncio vazio de um grito cheio de nada!...

Dos vómitos de Homens fracos,
Crescerão Crianças entre a carne rasgada,
Cicatrizando feridas de Vidas desfeitas em cacos!...


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4 comentários:

  1. Forte e muito intensas as palavras...grande abraço de boa semana pra ti.

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  2. “...Vontade Amorfa” ilustra o palco d’Alma no poema que convoca a curiosidade do conhecimento que se desenlaça a partir dos versos e se manifesta nos mais variados aspectos, registrando questionamentos e conflitos na tentativa de se preservar uma memória, ou uma identidade, em vias de extinção.

    Ler é construir um mundo de significados àquelas ideias que modelaram o texto, ou o poema, crônica, ou uma simples frase, e quanto mais próximos interagirmos com a autoria, mais prazerosa se torna a leitura.

    Revelando e ao mesmo tempo ocultando sentidos, todos os versos seguidos de exclamações e reticências não sugerem apenas a intenção do complemento de ideias, mas, principalmente, unindo-se à dramaticidade poética, cobra-nos uma atitude.

    Um desafio.

    Não há versos sem saída. Ou com saída. O que há, e em abundância, é a poesia reinventada, renascida de RE-encontros poéticos: “Ecos sem abrigo que morrerão sem a saudade”. O pão, que não é da fome, é de cinzas. Lembranças de breves espaços de tempo do conforto, tal qual ‘colinho’ de mãe: “A palidez amorfa de espelhos sem vaidade!...”.

    O mistério é a condição da essência poética que é DiVersa e agora, d’Alma: “Dezoito Virgens darão à costa”. Os elementos, antes sugestivos de origem sócio-política, agora manifestam-se sob formas culturais e ambientais: “Geradas no útero da Terra violentada, / Mãe, tão Mãe, por demais desventrada”.

    Há de se descortinar olhos e fundos d’alma, ampliar horizontes e ousar. E voltamos ao desafio inicial, às reticências que antecedem ao título e que nos exigem mais que discernimento, mas a amplitude da arte que deve ser renovada a cada releitura e por cada vez que nos sentirmos ameaçados, como se fosse possível, sendo, dentro do mesmo espaço de tempo, ser autor e ser leitor, porque não basta ‘ser’ plateia, é preciso ‘estar’ plateia. É preciso ser voz e ser grito, e fazer-se ouvido. E se possível, exorcizar fantasmas que assombram perguntas sem respostas, e talvez, até, aprender a creditar mais benefícios às dúvidas que às respostas, ou às perguntas.

    A gestação não é dupla, mas tem a durabilidade do tempo em dobro, dezoito, e no RE-nascimento, confiemos aos versos, a saída, não pela tangente, mas frontal e direcionada ao melhor que a cada um de nós compete, a sua parte: “Cicatrizando feridas de Vidas desfeitas em cacos!...”.




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    Boa semana.

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  3. Um descuido. Ou um olhar alienado.

    O wallpaper, no carinho do colo, no aconchego que protege e conforta, tem a bandeira de Portugal que a envolve.

    A poesia reafirma-se sob a perspectiva sócio-política e cultural.

    E um sorriso, à interpretação, seguido de outro, sorriso, à criatividade, no colo que embala sonhos.




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    O adjetivo é realmente necessário e indispensável: Lindo!

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