segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Ser Folha...



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Ser aragem,
Ser inesperada,
Invulgar lufada,
Folha e folhagem,
Ser soprada,
Do ciclo da vida,
Para o ciclo da vida,
Ser a viagem,
  Sendo a despedida…
A Primavera esquecida,
Lembrada e triste,
Ser Outono que insiste,
Na memória das cores,
As cores e as árvores,
A matiz dos amores,
   Natureza transversal…
Ser o sopro natural
Ser folha,
Ser árvore que resiste,
Ser a própria vida,
Que mesmo caída,
     Da vida não desiste!...

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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O Gasoso dos Esfaimados

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Alguns açorados de inconscientes gasosos,
Já aborrecidos com os repetidos gaticídios,
Dilaceraram os restantes gatos orgulhosos,
Fartos de ouvir os miados, ficaram raivosos,
A voz do dono quis um aleatório homicídio,
Espremeram consciências até ao genocídio,
   Para deleite infecto de animais rancorosos!...

Encarniçadas matilhas de cães danados,
Escravos malditos de um descarnado rato,
Ainda farejando o sétimo orgulho de gato,
Juntaram-se aos bons sensos modificados,
E dos orgulhosos animais bem estimados,
 Na praça da vergonha fizeram gato-sapato,
    Uivaram como satânicos lobos esfaimados!...

Alimentam sob a moléstia do pelo lambido,
Pulgas, piolhos e as mais infeciosas carraças,
O raciocínio confiscado é vítima de ameaças,
 Enlouquecem animais entre o juízo perdido,
     E o juízo mordido pelas humanas desgraças!...

Os vestidos esconderam-se entre as traças,
Apetites vorazes levam lembranças consigo,
No eco das lágrimas sufoca um gasoso latido,
Miados esperados libertam-se das carcaças,
  Reerguendo a nova força do orgulho ferido!...

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Crente e o Crápula

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Antes que a verdade surgisse,
Surgiu o tal discurso esperado,
O político quis dizer o que disse,
E disse!...
Disse que o céu de azul pintado,
Às vezes era cinzento carregado,
E se negras nuvens alguém visse,
Pediu que a ele logo se dirigisse,
Para azular o seu juízo matizado,
     Evitando que outra cor sentisse!...

Bem longe de tudo que o ingénuo pensa,
Os mesmos que agora lhe vendem a cura,
    São os mesmos que lhe deram a doença!...

Falou-lhe aos ouvidos para que ouvisse,
A sorte que era em não sentir amargura,
Fê-lo confiar num bem que sempre dura,
  Tanto durou essa cegueira de nascença,
Durou até à primeira desavença,
Última fé na loucura,
E na própria tolice,
Que lhe ficou para memória futura;
Ouve agora o crápula com uma diferença,
    Concorda com tudo que o crápula não disse!...

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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O Sábio que Tudo Leu e Nada do que Era Para Ser, não foi, Ainda que Pudesse Ter Sido Seu

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Este é o sábio registo,
De um sábio portento,
Sábio de lido momento,
   Tão sábio que posto isto…

O sábio que antes de nascer,
Por mil anos num ventre viveu,
No útero da mãe aprendera a ler,
Todos os sábios livros do mundo leu,
Todavia,
Mil sábios anos lidos,
Nenhuma palavra escreveu,
E com todos os livros paridos,
Foi sabiamente parido e…
Morreu!...

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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Subjetivo Papal


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Obedecendo à estrela bífida dos tais,
 Os humildes clones crucificam a verdade,
A ciência do sorriso omite as traições fatais,
Escondidas nas costas da cruz coberta de ais,
Mas, nos olhos da miséria cresce a falsidade,
Com milagrosas promessas de bondade,
Nascerão frutos dos milagres papais,
    Deus é vítima da santa castidade!...

Aos seus pés pedia a Deus,
Para ser Deus exclusivo,
Só seu, pedidos seus,
A deuses ateus,
    Subjetivo!...
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