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terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Crente e o Crápula

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Antes que a verdade surgisse,
Surgiu o tal discurso esperado,
O político quis dizer o que disse,
E disse!...
Disse que o céu de azul pintado,
Às vezes era cinzento carregado,
E se negras nuvens alguém visse,
Pediu que a ele logo se dirigisse,
Para azular o seu juízo matizado,
     Evitando que outra cor sentisse!...

Bem longe de tudo que o ingénuo pensa,
Os mesmos que agora lhe vendem a cura,
    São os mesmos que lhe deram a doença!...

Falou-lhe aos ouvidos para que ouvisse,
A sorte que era em não sentir amargura,
Fê-lo confiar num bem que sempre dura,
  Tanto durou essa cegueira de nascença,
Durou até à primeira desavença,
Última fé na loucura,
E na própria tolice,
Que lhe ficou para memória futura;
Ouve agora o crápula com uma diferença,
    Concorda com tudo que o crápula não disse!...

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