Mostrar mensagens com a etiqueta cães. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta cães. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Ultraje


.
.
.

E a tua bandeira insignificante,
Sem cor nem digno significado,
É a cor que resta, não obstante,
Já haver tido cores de diamante,
Ter sido ouro do teu país amado,
Cores do teu orgulho roubado,
As cores de uma glória distante,
O traje glorioso agora ultrajado,
   Pelo seu povo agora ultrajante!...

Agora os cães já não mordem,
Pobres são tratados como cães,
São violadas filhas e suas mães,
Antes que os homens acordem,
Dorme um país em desordem,
Dos soníferos políticos reféns,
 E haja quem ladre sem ordem,
  Soltam-se os açaimes alemães,
     Das vis sombras que mordem!...

 Sombrios, os olhos descorados,
Brancos medrosos e mordidos,
Sombrios, uns cães resignados,
Lambem a sombra, revoltados,
E das suas bandeiras despidos,
Vestem os seus olhos apagados,
Para uma débil luz são atraídos,
Ilusão obscura dos atraiçoados,
   Onde homens andam perdidos!...


Ao longe vês um cão de pata alçada,
Debaixo dele definha uma bandeira,
Ao longe, vês uma velha costureira,
Nas mãos há uma bandeira rasgada,
Perto de ti há uma bandeira mijada,
Mais perto, cresce uma estrumeira,
A agulha perde as linhas à tua beira,
A tua bandeira está em ti enterrada,
  Conspurcada por ti, mal ela cheira!...
.
.
.


domingo, 27 de julho de 2014

O Lobo Branco da Estrela


.
.
.
Os lobos já não são o que deles sempre se esperou,
Guiam as ovelhas cegas como fiéis cães,
Meigamente,
Com dentes da Estrela fizeram-se pastores Alemães;
Um cordeiro pergunta pela irmã que se tresmalhou,
De sorriso vestido um lobo branco para ele se virou,
Docemente:
-Foi imprudente!...
Á sua volta, vestiam novas peles os guardiães,
Com carne nos dentes, o lobo branco, o cordeiro beijou;
   Nos campos brancos cobertos com a lã de muitas mães,
O pequeno cordeiro ajoelhado, com o lobo rezou,
Timidamente,
  E, crescendo, por ali se ficou,
Com a pele que com ele, o lobo trocou,
   Humildemente!...

.
.
.




sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O Gasoso dos Esfaimados

.
.
.



Alguns açorados de inconscientes gasosos,
Já aborrecidos com os repetidos gaticídios,
Dilaceraram os restantes gatos orgulhosos,
Fartos de ouvir os miados, ficaram raivosos,
A voz do dono quis um aleatório homicídio,
Espremeram consciências até ao genocídio,
   Para deleite infecto de animais rancorosos!...

Encarniçadas matilhas de cães danados,
Escravos malditos de um descarnado rato,
Ainda farejando o sétimo orgulho de gato,
Juntaram-se aos bons sensos modificados,
E dos orgulhosos animais bem estimados,
 Na praça da vergonha fizeram gato-sapato,
    Uivaram como satânicos lobos esfaimados!...

Alimentam sob a moléstia do pelo lambido,
Pulgas, piolhos e as mais infeciosas carraças,
O raciocínio confiscado é vítima de ameaças,
 Enlouquecem animais entre o juízo perdido,
     E o juízo mordido pelas humanas desgraças!...

Os vestidos esconderam-se entre as traças,
Apetites vorazes levam lembranças consigo,
No eco das lágrimas sufoca um gasoso latido,
Miados esperados libertam-se das carcaças,
  Reerguendo a nova força do orgulho ferido!...

.
.
.