Mostrar mensagens com a etiqueta rima. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta rima. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Até à Rima

.
.
.

O Pensamento que vai de mim,
Até à Rima,
Liberta tua alma do teu corpo à beira do fim,
No decurso do pensamento é revelado o teu frenesim,
Mas só do teu desejo em esmorecimento,
Que subestima,
Os profundos passeios entre a flor e o jardim!..

Lembras-te dos jardins abertos às flores,
E dos perfumes oferecidos aos seus amores?!...
Lembras-te dos corações de marfim,
Das asas amorosas das desfeitas borboletas,
Dos elefantes voadores,
Desfeitos em desfeitas piruetas,
E de todas as tuas dores?!...
Essas sim,
-Digamos assim-
São tua obra-prima,
Ausência de ti que em ti dói,
E se queres saber porque te mói,
 Lê os pensamentos que vão de mim,
Até à rima!...
.
.
.


sábado, 8 de dezembro de 2012

Entre Aspas Poéticas



.
.
.


Descreviam-se os sempre presentes desertores,
De fiéis atraiçoados por estranhos poemas desconhecidos,
Revoltavam-se com suas entranhas os senhores doutores,
E entranhavam-se na certeza dos destinados a deprimidos,
Sempre entregues aos estoicos versos já por demais batidos,
Dados à luz pelo tão saber sentir o ser-se pai e seus autores,
Para serem lidos por universitários graus de risíveis valores,
    Imitados por limitados poetas por tão ridículos mal paridos!...

Queixavam-se na fila da frente, sem noção, os desertores,
Das traições ingratas sobre as suas abreviaturas doutoradas,
Como se suas preces por versos houvessem sido abandonadas,
E tudo que resta são ensurdecedores murmúrios dos clamores,
Corvejados pelos redundantes ventos de trovas mal clamadas,
    Às orelhas moucas de onde vai escorrendo a cera dos rumores!...

Escrevem-se poemas escanzelados entredentes,
Mordidos por bocas desdentadas de esfomeadas prosas,
Agarram-se a todos os espinhos meigos com unhas e dentes,
E em sua teimosia de tão cega já enfadonha por tantos precedentes,
   Banham-se em mistelas poéticas como se fossem água de rosas!...

Porque, meu pretenso poeta, te arrastas,
 Para as tuas prosas tão longe, longe de mim,
 Se és parte de poemas aparte partindo do fim,
      Sem a rima dos poetas concebidos entre aspas?!...
.
.
.