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Descreviam-se os sempre presentes
desertores,
De fiéis atraiçoados por estranhos poemas
desconhecidos,
Revoltavam-se com suas entranhas os
senhores doutores,
E entranhavam-se na certeza dos destinados a
deprimidos,
Sempre entregues aos estoicos versos já por
demais batidos,
Dados à luz pelo tão saber sentir o ser-se
pai e seus autores,
Para serem lidos por universitários graus
de risíveis valores,
Imitados por limitados poetas por tão ridículos mal paridos!...
Queixavam-se na fila da frente, sem noção, os
desertores,
Das traições ingratas sobre as suas
abreviaturas doutoradas,
Como se suas preces por versos houvessem
sido abandonadas,
E tudo que resta são ensurdecedores
murmúrios dos clamores,
Corvejados pelos redundantes ventos de
trovas mal clamadas,
Às orelhas moucas de onde vai escorrendo a cera
dos rumores!...
Escrevem-se poemas escanzelados entredentes,
Mordidos por bocas desdentadas de
esfomeadas prosas,
Agarram-se a todos os espinhos meigos com
unhas e dentes,
E em sua teimosia de tão cega já enfadonha por
tantos precedentes,
Banham-se em mistelas poéticas como se
fossem água de rosas!...
Porque, meu pretenso poeta, te arrastas,
Para as tuas prosas tão longe, longe de mim,
Para as tuas prosas tão longe, longe de mim,
Se és parte de poemas aparte partindo do fim,
Sem a rima dos poetas concebidos entre aspas?!...
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