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Concorrendo-lhe nas veias o vício da batota,
Convenceu verdades e mentiras que encontrou,
Com invencionice que do seu sangue se apropriou,
Circula na falta de vergonha que nunca se esgota,
O sangue contaminado da espécie que o idolatrou,
Enredada culpa em patranhas para evitar a derrota,
Com desfaçatez flexível de uma corrupta cambalhota,
Vestindo, agora, a pele dos carneiros que enganou!
A mentira é uma verdade não encontrada,
Que se esconde nas palavras de um mentiroso,
É compulsiva a lata da vergonha desgovernada,
Deste perigoso doente, por incurável, insidioso,
Pronto para mentir à própria mentira descarada,
Roubando vãs promessas a um povo preguiçoso,
Para lhas devolver em verdades de acto doloso;
São tão generosas suas verdades quando mente,
Confundindo-se naquela toleima sempre crente,
Da desonra comprada com imposto criminoso!...
Há um verme mais decente,
À espera de um cadáver verdadeiro,
Aguardando o seu fiel companheiro,
Um reles corrupto por demais demente,
Que enterrou um iludido País jacente,
Deixando-o sem obra nem dinheiro!...
Porque…
Há cadáveres que pelos vermes lutam,
Entregando-se vivos de corpo inteiro,
Aos vermes que cadáveres disputam?!...
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fortissimo.
ResponderEliminarreal.
até doi ler.
parabéns pela ousadia.
um beij
Malandro,mentiroso,desenvergonhado,vigarista, corrupto e todos os depreciativos que se possam imaginar.
ResponderEliminarQue os vermes o comam vivo,por todo o mal que nos fez.
Só de pensar no animal fico doente.
Somos humilhados em todo o mundo.
Mais uma vez adorei a tua forma de escrever.
Retrato completo e fidedigno.
Abraço
Na poética política d’Alma o discurso descreve a realidade à luz da estética e alcança, outra vez, o ser-cidadão, explorando o sistema político deficitário e corrupto de seu país com o poema “O(s) Mentiroso(s)”.
ResponderEliminarUm palanque. Um dedo em riste. E o grito que não se contém face ao cenário político português: “Circula na falta de vergonha que nunca se esgota, / O sangue contaminado da espécie que o idolatrou,”. Mais que uma crítica, ou uma poesia num poema, uma didática de cidadania [“Com desfaçatez flexível de uma corrupta cambalhota,”] e a denúncia às boas aparências que omitem as verdadeiras intenções dos oportunistas “Vestindo, agora, a pele dos carneiros que enganou!”.
A crítica atinge o inter-discurso [“A mentira é uma verdade não encontrada, / Que se esconde na desfaçatez de um mentiroso,”] nos versos que vinculam denúncia à urgência da consciência social ao contexto da ação que se desenrola, ao seu tempo, lugar e cultura dos envolvidos: “São tão generosas suas verdades quando mente, / Confundindo-se naquela toleima sempre crente, / Da desonra comprada com imposto criminoso!...”.
Na invenção poética d’Alma, o reVErso da ação política no verso reivindicativo “Que enterrou um iludido País jacente, / Deixando-o sem obra nem dinheiro!...”. E a didática, ainda que polêmica e de natureza trágica [“Há sempre um verme em mentirosa disputa, / Mentindo ao cadáver que pelo verme luta?!...”], mas infelizmente necessária.
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É isso ai,,,forte,,,honesto,,,o que temos pela vida...tudo faz parte,,,inclusive os mentirosos...abraços de bom final de seana...
ResponderEliminarNão gosto de você tão ácido assim...rs
ResponderEliminarMas nem por isso deixa de ganhar meu beijo e meu carinho...
Saudades...