terça-feira, 28 de julho de 2020

O RACISTA





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Morte à morte,
Ditadora fascista,
Cada vez mais forte,
Que cada um transporte,
O veneno da raiva sofista,
Para que ninguém desista,
Do ódio como seu suporte,
    Cor fraca da forte cor racista!...

Eu, anti-racista, sou o racismo,
Sou a luta do meu movimento,
Sou minha cor, teu argumento,
Com que pinto teu patriotismo,
Luto vazio do teu nacionalismo,
    Cheio do meu racismo sedento!...

Serás racista, para racista eu ser,
Serás racista só porque eu o sou,
Serás sempre racista sem o saber,
Serás o que de mim se disfarçou;

Serei cor de Cristo que tanto lutou,
Serei verdade que não deixarei ver,
Serei a cor da mentira que sobrou,
    Serei vítima viva depois de morrer!...
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domingo, 7 de julho de 2019

Aquecimento do Apátrida Global

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Chegou o Verão que não nos prometeram,
O Outono é sempre uma eterna promessa,
Chegou um Inverno que todos esconderam,
      Não há primavera que chegue tão depressa!...


É o cientista tão terno,
É o político tão verdadeiro,
É o aquecimento global um inferno,
    Não há estação que resista ao dinheiro;
Aquecem o clima pelo clima de poder,
Para os aldrabões que chegam primeiro,
Cegamente, todos os seguem sem saber,
Sentem as orelhas e os bolsos a arder,
Incendiados pelo plano financeiro,
 E sabendo que os estão a foder,
     São enrabados pelo banqueiro,
          E assim ardem até morrer!...

Foi o fogo ateado,
Por mãos de incendiários,
Dizem-se eles revolucionários,
Em cada um há um herói pré-fabricado,
Não há quem salve este Portugal incendiado,
     Dos traidores apátridas, os piores dos ordinários,
       E continuam a paliar o forte cheiro a queimado,
        Deste nacional jardim à beira mal plantado,
            Os lesadores da Pátria, hereditários!...


Um dia, sentirás no coração,
A tua terra, sobre a qual caminhas,
Contemplarás o céu azul, beijando teu chão,
Saberás que valeu a pena a verdadeira revolução,
   Que te devolveu o orgulho dos pais que tinhas!...
 

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domingo, 23 de junho de 2019

Hífen... talvez!...

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Talvez as ruas flutuassem,
Talvez os caminhos se fizessem mais leves,
Talvez os passos à volta de tudo gravitassem,
Talvez a eternidade fosse tão breve,
Efémera quanto o…
Talvez!...

Sem alento,
Num hiato perdido no tempo,
Perde-se um pontapé desiludido,
Interstício triste para um lamento,
Talvez feito hífen por Deus ungido,
Num pedaço de tempo escondido,
Entre a cor de um olhar alvacento,
    E as cores de um olhar perdido,
Olhar perdido, quanto o…
Talvez!...

Talvez me preencha o leve espaço,
Do qual me preencho com languidez,
Sinto-me rua atravessada pela timidez,
E timidamente flutuo entre um abraço,
Que gravita nos braços do que não faço,
     Fazendo-me mundo sem nome, talvez!...

Desanimado,
Percorro-me neste estado de alma,
Flutuo entre o vosso mundo desalmado,
E o olhar do meu voo calmamente revoltado
     Que sobrevoa meu próprio voo com calma!...

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