domingo, 20 de janeiro de 2013

Corno - Confidente Virtuose

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Vindo do nada bem guardado,
Sussurrou-se um recado manhoso,
Bem escondido no céu-da-boca anuviado,
“Lábios mornos beijaram lábios de um corno”,
 Chaves do beijo franquearam um infinito portal,
Revelando beijos escondidos no segredo sideral,
Ciciados entre cornos da lua em silêncio sinuoso,
Ao alcance de um confidente ciúme nervoso,
Perdido na utopia da viagem com retorno,
Onde outros beijos se fizeram adorno,
    De lábios etéreos na boca desleal!...

Quando nas bocas caiu um silêncio sinuado,
Os lábios de pedra desfizeram-se em pó sinuoso,
Da língua levantou-se pó de um confidente curioso,
Deram-se as palavras ao consentimento da morfose,
E do pó se fez olhar aberto ao veneno ruidoso,
    Completude de um confidente virtuose!...

Segredou um corno da Lua,
No crescimento do quarto lunar,
Á ponta de outro corno da Lua,
Ter visto a noite que era sua,
Ser beijada pelo luar...
                                                              Toda Nua!!!!...
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Custo da Altiva Vez

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-Sou folha da árvore que sou,
Folha que cai dentro de mim,
Sou árvore nua que me vou,
Desta terra mãe onde estou,
     Deixo minhas raízes sem fim!...

Sou o Ser de meu ser com raiz,
Ser de ser Árvore e ser o fruto,
Sou o tudo ser do ser que quis,
Ser como ser árvore e ser feliz,
     Sou em Vida o meu verde luto!...

Fui Raiz enterrada ainda viva,
A causa de vida à existência,
Fui-me tão única alternativa,
    À minha vida verde de diva!...

Na sombra de minha demência,
Fui jejum de minha penitência,
Alimentei a minha raiz sensitiva,
    Com seiva de minha clemência!...
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-Era uma árvore altiva,
Vivendo à sombra de sua altivez,
Não era, amigo arbusto?...
-Sim, arbusto amigo,
Concordo contigo;
Sem sol que iluminasse sua pequenez,
Sua vontade de ser não foi impeditiva,
De tombar por falta de lucidez!...
-Diz-me, amigo arbusto,
Qual o preço a pagar pela altivez?..
-Sem ter a certeza de ser justo,
Há uma relação, talvez,
Na distância entre a raiz e altiva vez,
Quando lá muito do alto... e do susto,
Não ver suas raízes e cair,
Por desmesurado subir,
     A qualquer custo!...
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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

...de Neve e Fogo!


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…abria-se à cisão de sua fria vontade,
Sentindo-se possuir por um calor imediato,
Calor que lhe ia arrefecendo cada parte,
Das quentes partes abertas à ansiedade,
Abertas docemente ao desejo grato,
Da ligação no momento exato,
De sua necessidade!...

… muitas vezes somos bonecos de neve,
A derreter entre os lábios do inferno,
E antes que o desejo do diabo nos leve,
A.pagamos o fogo que o céu nos deve,
   Com as chamas mais frias do inverno!...

Pagamos o que apagamos,
Dívidas impossíveis de pagar,
  Apagadas do que desejamos,
Frio com que nos queimamos,
   Ou fogo capaz de nos gelar!...

…dois bonecos de fogo,
Brincam com a neve que os extingue,
   Na lascívia de um estranho jogo!...
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