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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

...sem dias Seguintes

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Devolves-te à satisfação plena do teu anelo,
Induzida às débeis linhas do teu argumento,
Escrito consumo feito de consumível apelo,
Na rasura inapelável do teu excesso de zelo,
Dado à errada página que por um momento,
   Se rasga na última fração gozada no tempo!...

Há imensos desejos nos dias por cumprir,
Último dia que muito de tudo te oferece,
Há a derradeira noite de desejos a atingir,
Prazeres finais que teu todo enlouquece,
Há o teu desejo final que não se esquece,
     De no teu último dia, dias seguintes influir!...

Gozaste cada segundo e logo de seguida,
Teu último dia foi apagado com requinte,
Vislumbraste abraços em tua despedida,
O adeus ao futuro de tua lágrima esvaída,
    Carícia mágica escondida do dia seguinte!...

Lembras-te dos teus orgasmos atingidos,
   No clímax do teu desejo mais insatisfeito?...
E dos dias seguintes aos dias conseguidos,
Seguidos dias por outros dias perseguidos,
   Esperança que Deus te escreveu no peito?!...

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Viveu o último dia como se não houvesse mais nenhum,
Apostou tudo na subversiva descrença do depois,
Entre linhas aspiradas ficou-se pelo dia um,
Talvez não houvesse mais dia algum,
   Nem pensamentos no dia dois!...

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domingo, 4 de novembro de 2012

Castanhas de teu Ouriço

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Desapegada no destino pelo ramo de seu senhor,
 Ainda verde fora despida de seu respeitado manto,
Que, delicado, causou cobiçadas causas de espanto,
Ainda que vestida em matizes de castanho tentador,
Brilhava sob carícias de orvalho fresco e feliz pranto,
Natureza livre dada à liberdade em antecipado alvor,
Sentindo-se a pretendida tal o seu pretensioso rubor,
    Enfeitou a madrugada com o seu outonal encanto!...
 

 Casta castanha que do castanheiro se desprendeu,
Nascendo para ser casta igual a tantas castas iguais,
Geminada em três irmãs geminadas em outras mais,
Atilados espinhos de viçoso ouriço que por elas sofreu,
Envolvendo as suas protegidas que sempre protegeu,
Em respeitado seu peito de suspeitos espinhos fatais,
Jurara ele separar-se delas se nelas sentisse seus ais,
   Promessa cumprida à sua Natureza que o convenceu!...
 

 Apetites viciosos da boca ougada por ti ougada,
Exposta a carne despida da mais fina pele tua,
É desejo seco pela tua bravia forma descarada,
Secando no desejo irresistível de castanha pilada,
Pilados desejos febris no teu sol de castanha nua,
Vai secando paciente na fornalha fria que desagua,
Como fogo que chega no vento da corrente soada,
Ecos ávidos colhendo-as entre a carícia disfarçada;
Subtis movimentos beijam o cú tenro da castanha,
Colhe-se o ciúme que por outras castanhas a amua,
Ciumenta sedutora no seu ouriço que se arreganha,
Sobre brasume que seu corpo adoçado acompanha,
No fogo aceso em noite quente de castanha assada,
   Ardem de desejo os lábios que por ela se assanha!...
 

 Diferente de suas irmãs vestidas com casca talhada,
Castanha morsegada por dentes que a hão-de morder,
Será cozida em deliciosos desejos de a lamber;
Castanha cortada em fino corte de navalhada,
   Assará em deliciosos desejos de a comer!...
 

Castanha esquecida,
Que olhos não quiseram ver,
Doce castanha virgem consumida,
Atirada para a viva fogueira abrasada,
Incha numa incontida e quente gargalhada,
   Que se soltará ao rebentar numa boca mais atrevida!...
 

 No souto farto em solo de teu incansável coração,
Castanhas piladas envelhecem para um prazer tardio,
Guardando-se para especiais momentos de paixão,
      Momentos quase silvestres de prazer vadio!...
 

 Frutos teus que conservam teu misterioso feitiço,
São tua enfeitiçada e doce tentação,
Castanhas de teu ouriço!...
 
 
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