domingo, 27 de julho de 2014

O Lobo Branco da Estrela


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Os lobos já não são o que deles sempre se esperou,
Guiam as ovelhas cegas como fiéis cães,
Meigamente,
Com dentes da Estrela fizeram-se pastores Alemães;
Um cordeiro pergunta pela irmã que se tresmalhou,
De sorriso vestido um lobo branco para ele se virou,
Docemente:
-Foi imprudente!...
Á sua volta, vestiam novas peles os guardiães,
Com carne nos dentes, o lobo branco, o cordeiro beijou;
   Nos campos brancos cobertos com a lã de muitas mães,
O pequeno cordeiro ajoelhado, com o lobo rezou,
Timidamente,
  E, crescendo, por ali se ficou,
Com a pele que com ele, o lobo trocou,
   Humildemente!...

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2 comentários:

  1. Venho agradecer com atraso sua visita a m/blogue e comentário. Vou-me registar no seu.
    Gosto muito de poesia, mas não a sei escrever.
    Realmente até os lobos já não são o que eram.
    Por motivos pessoais não tenho muito tempo para vir ao computador,
    mes espero voltar a visitar seu blogue.
    Um abraço
    Irene Alves

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  2. Os versos, concisos com propriedade, ao espelhar a realidade com precisão e limites esclarecedores, levam-nos a cogitar a ideia de que, em respeito às divergências, de pele e peles, existe um processo de comercialização que colabora, e até estimula, o paradoxo existente entre política e bem estar social, ou direitos sociais.

    Ao ‘wallpaper’, nada faltou. Desde a presença do Corvo e do Burro, e cada qual com sua simbologia dentro do Poema, ao Vaticano, com um Lobo como Guardião.

    A Poesia, enquanto arma ou defesa, ou mesmo como garantia e proteção de direitos, ou formas de vida mais dignas, exige de seu autor que se conheça a fundo a realidade onde se insere essa demanda. Vigilante e atento às nossas vulnerabilidades, sejam elas religiosas ou não, o Poema “O Lobo Branco da Estrela” tem o poder de conceituar características pessoais positivas (Meiguice, Gentileza, Timidez e Humildade) como um processo de contradição, ou meio para se atingir um determinado Poder.

    E o que d’Alma faz, ou o Poema, é lançar sobre a paisagem de efeito uma ‘estrela’, ou uma luz, que é a própria Poesia, contribuindo, através do conhecimento e da experiência secular, para o discernimento necessário de que o Lobo, capitalista, parece ter finalmente encontrado a fantasia ideal para subjugar e regular as Ovelhas proletárias.


    Enfim, outro Poema para fazer História dentro da Literatura.

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