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Quantos inimigos da verdade,
Tantos inimigos que a mentira vai unindo,
Unidos na construção do mundo que vão
destruindo,
Juntos na intriga, dividem a natureza da
verdadeira amizade,
Intrigante o sumiço do afeto que parece
não ter deixado saudade,
Toma-se chá de sumiço com o açúcar que
nos está mentindo,
E restamos-nos amargos amigos da desigual igualdade!...
Para que o melhor do mundo seja só dos
farsolas,
Há redil mais eficaz do que o anestesiante prazer do deleite,
Pela satisfação de esquecer o passado por
um futuro de esmolas,
Quando
a esmola são palavras de água que virão ao de cima no azeite?!...
Desdenham as beatas por tal disparate não ser reacção que se aceite,
Desdenham as beatas por tal disparate não ser reacção que se aceite,
E têm razão, as velhas liberdades enclausuradas em gaiolas!...
Já não as atinge o afeto involuntário do
orgasmo,
Atingidos que foram os afetos cada vez
mais afectados,
Amigas de si mesmas, deram-se ao sumiço
do entusiasmo,
Divindades sarcásticas, ajoelham-se ante
o olhar do sarcasmo,
São-se amigas sem nada, entre inimigos deleitados!...
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