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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A Ponte sobre Pedras firmes do Rio

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Minhas pedras silenciosas,
Que tanto resistis às águas mansas,
E tu, minha doce água que não te cansas,
Que passaste por amargas línguas furiosas,
Tão vivas são as vossas memórias grandiosas,
No coração das memórias sem lembranças,
   Pontes erguidas sobre pedras saudosas!...

São tão tuas estas minhas estórias,
Recordações sobre tuas águas estagnadas,
Onde flutua a nostalgia de minhas memórias,
Não me lembro de comprometidas promissórias,
Nem outras dívidas sobre muitas águas passadas,
Devo-te todas as minhas silenciosas glórias,
Barquitos de papel sobre águas paradas,
   Ponte de recordações obrigatórias!...

Devo-te tudo do que nada me deves,
Atrevo-me a nadar à volta de tuas velhas águas,
Pergunto-me, como a todas as pedras, tu te atreves,
    A ser pedra tão firme nesse teu rio de tantas mágoas!...
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quarta-feira, 26 de março de 2014

Duernos de Infância


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Hiatos de tempo hesitantes,
Abandonados no passado à pressa,
 Duernos de sépias folhas sussurrantes,
Impressas por embranquecidos sibilantes,
Escrevem-se histórias no interior da promessa,
O passado lembra-se do futuro e o atravessa,
 Há vozes que brincam aos risos dissonantes,
E cabeças carecas,
Muito quietas,
Descoloridas por abandonos sufocantes,
Permanecem na memória do tempo,
À espera da memória dos poetas;
A vida hesita por um momento,
Volta o olhar num lamento,
   Último adeus às bonecas!..

Separam-se duas folhas com cuidado,
Quatro páginas escritas que o vazio protegem,
      Reescreve-se uma folha em branco do passado!...  
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