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A Lua entrou numa órbita de leiloamento,
Cada olhar romântico terá um preço a
pagar,
Olhares apaixonados pagarão pelo momento,
Só os donos da lua flutuarão em banhos de
luar,
E ai dos amores que forem apanhados a
sonhar,
Toda a luz dos sonhos proibidos irá a
julgamento,
Será juiz quem comprou direitos do
firmamento,
Os castigos serão o que cada um puder
comprar,
Há planetas nas mãos de um vendedor atento!...
Por cá,
Onde
a água vai perdendo a sua liberdade,
O
vento traiçoeiro vai levando os esguichos,
Ai,
a utopia dada à sede de muitos caprichos,
Que
se evapora na escravizada humanidade,
Alguém vendeu as água livres de
insanidade,
Água que enlouqueceu os secos gargalichos!...
Pela garganta dos gargalichos a céu
aberto,
Como um rio, corre sem medo o luar,
Procura uns lábios para os beijar,
Ilumina-se o beijo liberto,
Com a lua muito perto,
Ao alcance do olhar!...
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O Movimento é lento, mas preciso. E precioso. Ao ler, sou movida pela intenção de buscar a verdade, ou a razão, poética. Uma verdade que pode ser política ou social, sobre um bem comum, como Direito Universal, ou simplesmente, um olhar de admiração. Mas, o quê significa esse olhar? Ou como ele pode servir de parâmetro para comentar um Poema? Contemplando. Quando me disponho a visualizar as imagens que o Poema constrói, estou buscando um caminho que me leve ao encontro com a legitimidade que a intenção poética quis alcançar. E, como um material bruto que precisa ser lapidado, novos sentimentos são conquistados. E nesse exato momento descubro o quanto me distanciei da verdade, e agora, não mais como razão.
ResponderEliminarA leitura de um Poema d’Alma é conhecimento indispensável, principalmente por não temer o limite do verso sem abrir mão da origem metafórica, com beleza e leveza suficientes para conduzir. Não há ímpetos de verdades. O que existe é a opção pela formação de uma construção, e que pode ser subjetiva ou não, mas sempre, sempre poética.
E, como a Água, aglutinadora de diversos conflitos, desde socioeconômicos a ambientais, o Poema “Dos Gargalichos até à Lua” protagoniza os conflitos da alma, por ter a força de concentração da catarse poética de todo o excesso que tenha origem no sentimento. Sem ser sentimental.
Bom fim de semana.