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-Mãe, encontrei um planeta que encolheu,
Igual a um serôdio grão de milho!...
-Cala-te, filho,
Uma galinha vinda da lua já o comeu!...
Assim, “Dr.ed Ztone” nasceu,
Iluminado pelo solar brilho,
Que um dia seria seu!...
A uns dezoito milhões de quilómetros
ludibriantes,
Depois de astronómicos milhões a todos eclipsados,
Não ficassem a ver estrelas e tudo
ficaria como dantes,
Se tantos cabeças na lua não tivessem sido enganados!...
Para lá da lua onde ainda as bandeiras ondulam,
Há pulgas de cinema feitas com pixeis da
ciência,
O fim do infinito finda-se em estado de
incipiência,
Ao preço mais alto do segredo, as estrelas
pulam,
Cobra-se o dinheiro até ao fim aos que os
bajulam,
E todos pagam para ver novos filmes da evidência!...
Dr. Fraude encontrou um novo sistema
solar,
A cem milhões de pensamentos de
distância,
-Pai, nos confins de ouro e milhões a ganhar,
-Pai, nos confins de ouro e milhões a ganhar,
Encontrei mais um novo planeta por inventar!...
-Cala-te, filho, isso já é ficção sem
importância,
Marcianos já o viram no último filme da Pixar!...
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Quanto mais leio “Dr. Ed Ztone” mais dificuldade tenho em comentar. Mas de uma coisa eu sei, escrever um poema com duas forças distintas entre si, Poesia e Ficção Científica e/ou Expedição Científica, é muita ousadia.
ResponderEliminarSó até me lembrar de que o autor é d’Alma, cujo talento é inquestionável.
Colocar em dúvida que o homem foi à lua, e que aquela cena, carinhosamente compartilhada numa tarde fria com meu irmão, numa falta à escola autorizada por minha mãe... não sei! Ainda que o tema tenha instigado minha curiosidade e me vi obrigada a pesquisar sobre o assunto e tenha descoberto que a Missão Apollo continua alimentando todos os tipos de teorias conspiratórias possíveis.
Mas, enquanto as ficções cinematográficas de caráter documentarista exploram o tema e provocam uma revolução de caráter psicológico, por provas e contraprovas que não devem ser desconsideradas, o Poema revela uma realidade desconhecida de uma forma tão universal que as imagens produzidas por sua leitura se aproximam entre a fantasia, e o inverossímil.
E concluo que o que aproxima um Poema d’Alma de um acontecimento científico (real ou imaginário) como tema e objeto de discussão, ou pesquisa, que foi o meu caso, é o intuito e a habilidade de agregar numa mesma obra, os desejos de fantasia, de poesia, e de verdade, ou de dúvida inerentes à relação de qualquer leitor com as imagens que se depreendem de sua leitura. Ou aquisição.
E, a essas alturas da vida, se é verdade ou mentira, entre a imaginação e a realidade, fico com todas as guloseimas que naquela tarde eu me deliciei em companhia do meu irmão. Uma das poucas lembranças que tenho de minha infância com ele, e que guardo como se fosse a mais bonita de todas.
E se isso não for poesia... pela viagem... e o comentário, um comentário... enfim!
Bom fim de semana.