sábado, 3 de agosto de 2013

DiVerso Agosto d'Alma

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Este calor que abafa o discernimento,
É anaeróbio efeito perfeito de agosto,
Entre asfixiantes virtudes entreposto,
Em tentativa de fuga ao ensinamento,
Tentando o inalcançável entendimento,
Através da estrutura perfeita do rosto,
    Frígido de intencional arrefecimento!...

A virtude é um cubo em arestas de gelo,
Ausentes das paredes que o sustentam,
Com ângulos de perspectivas sem apelo,
E o ângulo flexível de quebrado cotovelo,
Dores fortes que os soníferos aguentam,
Fazendo de conta que contas inventam,
    Pertinaz o empenho de tão obscuro zelo!...

Entre Krystais, vêm envoltos em calma,
     DiVerso, A.braços e os estados d’Alma!...

Pobres poetas e outros miseráveis,
Caminham nos abraços da conivência,
-Nunca lhes caem os braços,
Nem o labéu-
Comungam do divino pão que se bifurca,
Chafurdam em vinhos de sangues misturáveis,
Aflorados no rosto de irresistíveis aparências,
Entre acordos tácitos de egoísta convergência,
Essa subtileza manhosa que o incauto deturpa,
Desfigurando a virtude dos defeitos louváveis,
-Sempre vinculados aos laços,
E às promessas do céu-
O efeito do defeito em virtudes reprováveis,
Que a violência intrometida do verbo usurpa,
Visando os fins dos princípios que conspurca,
Os mesmos princípios de redita persistência,
-Submissos sucessos de cu ao léu,
Enrabados por fracassos-
   Repetindo-se em anáforas de contingência!...

Mas, este é só mais um mês de Agosto,
Mês de poucas virtudes… e muitos defeitos,
As férias da denúncia e a surpresa de novos conceitos,
O silêncio da confissão atroz desconhecida no rosto,
Bem conhecida dos propostos a cargos escorreitos,
Longe dos gritos de tristeza e alegre desgosto,
     Fim inacabado dos krystais imperfeitos!...

Também este Agosto é mês de krystal,
Será sempre DiVerso de todos sem preconceitos,
Será o perfeito defeito da virtude natural…
Ou apenas mais um defeito revelado de Agosto,
    Na virtude de um Poema… sem rosto?!...
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1 comentário:

  1. Período de férias, agosto, eleito como personagem principal e o espaço narrativo de “DiVerso Agosto d’Alma”, não representa simplesmente um mês no calendário e um clima específico (dias longos, noites serenas e calor), mas uma vivência, uma época e uma cultura, que não sobreviveriam a outro contexto espaço temporal, e, por seu caráter eminentemente social, é muito mais um estado de espírito a outra coisa qualquer.

    A ilustração, motivo de minha observação em outra esfera social, me despertou a atenção pela chama como responsável pela morte do inseto. Ou, pela luz como causa de cegueira. Contudo, ao reencontrá-la aqui, associando-a à recepção do poema na implicação de minha leitura, leva-me a pensar que a liberdade que tenho em comentar este poema se esbarra na minha insuficiência de disciplina, à luz de uma razão que, de alguma forma, também me cega.

    Mas, então, que recorro ao título, a DiVerso, e me lembro de que é no avesso que a poesia d’Alma se revela. A virtude só existe a partir do momento em que sua falta é sentida na obscuridade da vida. E nisso consiste a moral da Poesia: “Na virtude de um Poema… sem rosto?!..”. Não! Antes pelo contrário, na face que denuncia, e que negando o vínculo com tudo aquilo que aprisiona, nos liberta da hipocrisia, da conveniência e do oportunismo.

    A obra permanece intacta, e por ser uma realidade, integra-se a qualquer tempo. Na formação das virtudes, dos valores e dos princípios humanitários. E a cada leitura, soma experiências, pela renovação do prazer, que não apenas poético, mas pela graça. Por não deixar de ser divino.


    Bom domingo, A.

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