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Ela sempre está,
Onde sempre estamos,
Sempre nos dá,
O que sempre lhe damos,
E quando sempre esperamos,
Que ela sempre se vá,
Pressentimo-la sempre por cá,
Sempre provando que nos enganamos,
Mas se sempre a pensamos,
Como ceifeira sempre má,
É sempre o pior do pior que há,
Ainda que sempre nos dê mais uns anos,
Nós sempre nos encarregamos,
De nunca esquecer a já gasta pá,
Com que sempre escavamos,
A cova onde sempre nos deitamos!...
Nem sempre nos ensinaram a viver,
Tudo que sempre aprendemos é morrer!...
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... permite-me poeta mas nem isso..nem morrer sabemos...
ResponderEliminarPasmo-me perdida nos teus textos...gosto pois!
Um beijinho
da
Assiria
Em poucos versos, mas de uma precisão exata, a vida, de sempre, comum a todos nós, igual para todos nós, marcada por um único detalhe, “Sempre” distinta mediante as opções e as decisões que tomamos. Um tema conciso, de uma objetividade impactante, determinado pelo caráter filosófico d’Alma, refletindo numa poesia docente, dada à lição que depreendemos dela.
ResponderEliminarA vida [“Ela sempre está, / Onde sempre estamos,”] é um somatório de mérito e demérito [“Sempre nos dá, / O que sempre lhe damos,”]. Ação, reação e uma surpresa, umas vezes agradável, outras nem tanto [“Pressentimo-la sempre por cá, / Sempre provando que nos enganamos,”]. O pessimismo [“Mas se sempre a pensamos, / Como ceifeira sempre má,”] diante das dificuldades impede o crescimento e prejudica a capacidade de discernimento [“É sempre o pior do pior que há,”] prolongando o sofrimento [“Ainda que sempre nos dê mais uns anos,”], lembrando-nos de que a morte também se dá em vida [“Nós sempre nos encarregamos, / De nunca esquecer a já gasta pá,”], pela liberdade que temos de fazer nossas próprias escolhas – livre-arbítrio [“Com que sempre escavamos, / A cova onde sempre nos deitamos!...”].
A dignidade de um saber honra a poesia d’Alma nos dois últimos versos [“Nem sempre nos ensinaram a viver, / Tudo que sempre aprendemos é morrer!...”].
Desde que nascemos somos condicionados pela ameaça permanente da morte. Viver, não. É mais complexo. Não se ensina o que se desconhece, ou o que não se tem domínio. Poucos, e raros, são aqueles que têm algo a nos ensinar. Já aprender, é inerente, um despertar e... acontece. Quando menos esperamos, mas nunca de onde menos esperamos.
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Como discente não posso deixar de registrar que seus poemas mudaram o curso de minha vida. Obrigada, d’Alma.
Este teu texto dá muito que pensar...Realmente temos dificuldade em lidar com a morte e no entanto sabemos que um dia a abraçaremos...A vida...A vida...Será que dela tiramos o que devemos, antes de abraçarmos a tal morte?
ResponderEliminarGostei
bjgrande do Lago
Belo poema!...
ResponderEliminar"Nem sempre nos ensinaram a viver..."
Nem sempre aprendemos a viver
nem sempre aprendemos as normas ocultas
e sempre, nos dividimos em duas metades...
metade é chegada
metade é partida...
Somos nós que temos de aprender
somos nós que temos de mudar.
Mas nem sempre o fazemos...
E no fim dizemos convictos e seguros do que dizemos:
"Nem sempre nos ensinaram a viver"
Assim eu sinto...mas somos todos diferentes e não contesto, aplaudo!
Maria luísa