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Que se... fado,
Esse vosso sentimento viciado,
Que anda a enganar no estrangeiro,
Tristes espectáculos a troco de dinheiro,
Uma dor fingida que é engano desalmado,
Uma dor fingida que é engano desalmado,
De um Português sentimento degenerado!...
Do canto da Alma Portuguesa,
Ao contrafeito fado mercenário,
Vai o capitalismo revolucionário,
Ajustando cordas com esperteza,
Àquela voz mimada na nobreza,
Mas não à voz do povo solitário,
Que é fado de um fado solidário!...
Se foi este o destino traçado,
Da Saudade que nos vai no peito,
Então, com todo o merecido respeito,
Que se foda esse vosso fado!...
Uma fadista só no palco,
É estrela em pó-de-talco,
Boca de língua sem aval,
Fado decalcado lá do alto,
Saudade tão sentimental,
Que deixa em sobressalto,
A Alma deste Portugal!...
Anda o fado nas bocas finas do caviar,
Como se a voz do povo se tivesse finado,
Só as doutoras estão autorizadas a cantar,
Acompanhadas por guitarras de falso pesar,
Se a Saudade já é um sentimento vigarizado,
Então, que se foda a alegria do triste fado!...
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