quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Firme

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Caíram as promessas de Juras,
Nas crédulas figas esconjuradas
Ainda vertiam seiva das nervuras,
Oferecendo matizes desmaiadas,
Às envelhecidas cores resignadas,
Plantam-se árvores sobre pinturas,
Beleza de descoloridas amarguras,
 Superstição de juras amarguradas!...

O que foram árvores Altivas,
Coroadas de copas frondosas,
Continuam árvores corajosas,
Estóicas em suas perspectivas,
Sabendo ser árvores preciosas,
Únicas de si sem alternativas!...

Também há Mulheres assim,
Seguras de suas estimativas,
Sempre Árvores até ao fim!...

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6 comentários:

  1. "Também há Mulheres assim,
    Seguras de suas estimativas,
    Sempre Árvores até ao fim!..."

    Achei tão lindo! Este olhar com relação às mulheres me sensibilizou.

    As últimas postagens tem um outro tom. Me trás sons diferente ao ler.

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  2. Às vezes, quando estou inquieta, ou mesmo assustada com o que a vida me apresenta, é aqui que venho me refugiar. Nossas culturas divergem, o intelecto mais ainda. Nem nego minha origem, nem minhas limitações. Há um oceano de divergências, e mesmo assim, após minha leitura, ouso em comentar. Nesse momento, em que sou invadida pelo êxtase que a poesia d’Alma exerce sobre mim, dou asas à imaginação, e de alguma forma, todas as diferenças se desfazem. De repente, as palavras, minhas, misturam-se à poesia e deixo de ser epee, ou ela, ou um nome sem rosto, para ser eu mesma, restaurando a única face, do lado cá, que apenas eu sei qual é. E se um dia nomeei de ‘adsorver’, hoje, não tenho dúvidas de minha fidelidade ao encontrar numa aula de enfermagem a explicação para o efeito que a poesia d’Alma me causa. Tenho certeza.

    E, a partir daí, nunca mais deixei d’Alma, ou DiVerso. Ou eles, nunca mais me deixaram. Porque nunca sei onde começam minhas convicções, mas sei que terminam sempre na existência de uma frase, ou de um verso, d’Alma, que não pedi autorização, mas que se entranhou em mim como se tivesse nascido comigo.

    Delicadamente desligo o computador. Desconectada, pego minha bolsa. Hora de sair, não sem antes me lembrar do batom. Nessa hora, em que somos eu e o espelho, a face, única, e a certeza de que continuo conectada à poesia que me envolveu e me abraçou, e se manifestou em mim na obrigação do crescimento e do aperfeiçoamento.

    E toda a vida que me espera, se antes era assustadora, agora sorri. E eu, bem, eu devolvo o sorriso, e agradeço: Obrigada, A.


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    No comentário anterior chamava a atenção sobre a importância “...do Olhar” e dizia que “Primeiro o poema nos abraça, depois a poesia nos envolve e d’Alma nos devolve um novo ‘eu’”.

    “Firme” confirma a teoria da devolução com um poema que tem a mulher madura como tema de eleição, onde a metáfora da comparação com a árvore deixa de ser ficção para ser realidade, proporcionando a cada um, mediante suas expectativas de vida, idade, gênero e mesmo raça [espécie de árvore], uma leitura diversificada, porque ambas dão flores e frutos, exalam perfumes e sorrisos, são paisagens, e envelhecem. Sem frutos e sem flores, também secam.

    Diante de minha própria envelhecência sou tocada pela poesia, e, se, para umas [‘Já tão secas pelas amarguras,’] a solidão é o destino certo, para outras, a imortalidade é garantida pelo verso que ilumina e acaricia, sendo ‘chama e luz’ [“Únicas de si sem alternativas!...”].

    E concluo, feliz a mulher que deixa de ser paisagem para ser uma página inscrita na poesia d’Alma que modela a beleza para além de um corpo físico.

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  3. Ah …Ecco Homme…!!!!
    POETA que me metes a” Poetar”!!!

    E,
    são raízes e são pernas e são braços
    De-cantar d’ árvores a salivar
    Exalando água e não é mar
    doce flor-fêmea de cócoras d'ar...

    -Salve “Maria”
    Apenas folha
    Apenas “fixa”
    Apenas Mulher…!


    [apetece-me mais...]

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  4. Meu caro POETA;
    Ultimamente não tenho tecido comentários aos seus eloquentes poemas; esse facto não pressupôe que tenha deixado de ler a sua magnífica poesia, a qual passou a ser de leitura obrigatória desde o primeiro momento. Este poema é o exemplo vivo do que atrás ficou transcrito.
    Abraço.

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  5. ...não serei uma delas...que hoje...me sinto "quebrar"!
    Vou levar, daqu a instantes, o meu marido ao IPO, para uma consulta de cirurgia...
    Estou...nem sei como estou...

    falo e nem sei o que digo...na minha cabeça...todos os cenários são possível...e sofro, a sós...ele não pode suspeitar da minha dor, do meu medo.
    Fica com Deus...

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