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Meio mundo em minoria,
Contou o dobro de outro meio.
Metade da metade do que sabia,
Dessa metade fez-se meia biografia,
Meia ideia que de outra meia veio,
Ficou assim meio mundo cheio,
Da parte que não lhe cabia!...
A verdade,
Cortada pela metade,
É meio mundo esvaziado,
Por outro meio alucinado,
Lotado de meia maldade,
Meio e meio acostumado,
Ao erro de estar errado!...
É um meio,
É uma metade,
Metade de meia verdade,
É um meio,
Caminho de sujidade,
É parte de um passeio,
Desumana falsidade,
De braço dado com a Humanidade!...
Só não se conta,
O que devia ser contado,
Orelhas moucas são um bom aliado,
Olhos que vêm são uma afronta,
Para a mentira sempre pronta,
A fazer do certo predicado,
Verbo desacreditado!...
Paciência!...
É meio mundo,
Que não deixa mais de meio,
Sair bem lá do fundo!...
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Meio mundo, meia verdade...e a humanidade de "braço dado com a "desumana falsidade"
ResponderEliminarEntão há que não ouvir, não ver...
Quanta dor...quanta revolta, quanto desepero escorre pelas palavras do texto e me atingem de forma atroz...porque eu faço parte de matade desse meio mundo.
Somos o que temos denrtro de nós: se temos mágoa...somos mágoa.
Se temos indignação...somos indignação.
Se temos amor e toleância seremos amor e tolerância...
Não te conheço...mas não me reconheço nas tuas palavras...
Desculpa...não entendas como ofensa...apenas uma crítica a um poema de um pessimismo tal....que magoa...só isso!
Bem sei que há, na vida, situações de desepero...Bem sei que não serão fáceis de ultrapassar...mas com um pouco de tolarância, amore e paciência podemo , sim podemos erguer a cabeça de novo.
O abatimento é , será sempre meia derrota.
Lutar por ideais...por aquilo que muito se deseja...sem rancor...pode ser o caminho!
Não meleves a mal...sou nova por aqui...
Que seu eu?
é preciso saber ouvir. Acolher. Deixar que o outro entre dentro da gente. Ouvir em silêncio. Sem expulsá-lo por meio de argumentos e contra-razões. E é preciso saber falar. Somente sabem falar os que sabem fazer silêncio e ouvir. E, sobretudo, os que se dedicam à difícil arte de adivinhar: adivinhar os mundos adormecidos que habitam os vazios do outro...
ResponderEliminarAna Jacomo
agradeço sua visita,seu valioso coments....
deixo meu carinho...
Zil
Matemática e poesia numa conta de multiplicar dividem a realidade política e econômica da realidade social com um saldo negativo para ambos e o poema “Meio Mundo” tem na forma didática e poética o talento da criatividade artística a favor da humanidade, discutindo a diversidade de seus ideais contraditórios e as dificuldades de uma sociedade que atravessa a pior crise de todos os tempos.
ResponderEliminarDe uma metade que representa a divisão [“Ficou assim meio mundo cheio,”] de uma supremacia da realidade [“A verdade, / Cortada pela metade,”] nasce a proposta poética de indignação [“É meio mundo esvaziado,”] com uma afirmação sem solução, onde a mentira, a iniquidade e o erro confluem ao “Caminho de sujidade,” e diluem-se em generalizações [“Desumana falsidade, / De braço dado com a Humanidade!...”] subtraindo valores morais e éticos.
Se na adição a conta é soma ao drama da percepção do mundo [“Orelhas moucas são um bom aliado, / Olhos que vêm são uma afronta,”], a “Paciência” não é de resignação.
É didática [“É meio mundo,”].
Porque a poesia d’Alma também é ciência de cálculo e seu caráter é indispensável à formação de cidadãos que, através da reflexão, avaliem sua posição [“Que não deixa mais de meio,”] e contribuam com uma sociedade menos desigual.
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