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Uma filha órfã de uns e outros pais,
Para alimentar seus filhos pequenos,
Vendia-se a quem prometia pagar mais,
Triste era a entrega e achavam
ser demais,
Pagando a promessa por muito menos!...
Começou por alugar partes do corpo,
Aos olhos que mais partes queriam comer,
Promessas de pão com fartura fizeram-na
crer,
Na necessidade de vender-se a qualquer
porco,
Até nada restar do que tinha para
vender!...
Quando as dezoito primaveras floridas,
Deram as boas vindas à sua maioridade,
Seus filhos já eram flores entristecidas,
Desflorados na sepultura da mocidade!...
Campos de flores escondem a saudade,
Com as primaveras das crianças suicidas,
Ninguém evoca ter violado por caridade,
As três
Primaveras órfãs da puta da vida!...
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