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Bendita malícia da brisa,
Benditos seios sensuais ao frio,
Sob as copas de seda leve e lisa,
Mamilos salientes,
Desejos frementes,
Ser desejo do ser vontade indecisa,
Hesitações impacientes,
Estímulo de clandestino arrepio,
No calor desse desejo vadio,
Que do desejo precisa!...
Entrega-se a passarita excitada,
Ao
excitado passarito que a espera,
Pressente-se inquieto e desespera,
Vibra uma brisa silvestre extasiada,
Sobre flores que afloram do nada,
Colorindo o corpo de Primavera!...
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O palco primaveril recolhe todas as flores da estação num poema que tem como tema o toque e o tato, com delicadeza e inocência, e um estímulo ao olfato, e “Brisa de Primavera” atinge uma universalidade, dispensa a sintonia com a época do ano em que foi escrita e acontece.
ResponderEliminarEntre a ‘espera a entrega’, um elo que atribui valor de igualdade, ou de aproximação, tem no manancial de leveza e de frescura, um cenário de luminosidade que se desenha entre o céu, a terra, e um jardim, e o beija-for voa de verso a verso, ou poro a poro. Um olhar, ou uma visão, em virtude da concepção da poesia, de língua e linguagem, o aspecto lúdico, e a originalidade e a ingenuidade construída com a exploração da possibilidade de novas formas poéticas em comunhão com a arte, nada plástica, de criar e imaginar, a própria criação, que: Por tão inteira, o desejo; por tão envolvente, a entrega; e por todo o corpo, a primavera.
Buscamos na brisa e na d’Alma interior, a imensidão íntima que exala de cada verso, e o quê encontramos é um aroma que não se limita a exprimir ideias, ou sensações, ou uma metáfora comum, ainda que perfumada, mas que se apresenta ao leitor como um futuro, ou mesmo um passado guardado num recanto da memória, qualquer, porque se encontra com outros jardins. E a brisa que passa pela pele, e pele que acaricia a vida, e vida que perdura de brisa em brisa... e com espanto, floresce jardins do outro lado do mundo.
Bom fim de semana, A.
(Brasil, abril/2013, outono)