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domingo, 29 de junho de 2014

Entre a Brisa e os Canaviais


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Não faltaram uma e outra cana,
Nem outras canas verdes e fustigadas,
Com que se deitaram no leito de sua cama,
Cobriram-se com uma brisa mundana,
Que serpenteou entre vergastadas,
Das finas canas desconsoladas,
Pela esperança soberana,
    E pela rama cortadas!...

Escondidas sobre a terra e dobradas pela castigada cerviz,
 Ostentada foi a linda rama beijada por brisas inevitáveis,
E cavando o fundo esquecido do desenterro da raiz,
Esmorece alguma árvore profundamente infeliz,
Vendo os umbráticos frutos pouco saudáveis,
 Só existirem em seus delírios inegáveis,
   Desenterrados em cada cicatriz!...

Deitou-se num sussurro de brisa cortante,
Esperou entre a poesia dos seus canaviais,
Talvez viesse a folha que cortasse seus ais,
A brisa trazia desejos da memória distante,
Sentiu as raízes do seu ser por um instante,
E sentiu que sensação assim já era demais;
Demais, era o beijo arrepiante,
Das canas nas brisas matinais,
Transformadas em vendavais,
   E beijos cortados pelo vento!...

Acordaram as canas por um momento,
Por um fresco momento recordaram-se virginais,
   Como canaviais oferecidos à brisa e levados pelo tempo!...
   
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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Brisa de Primavera

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Bendita malícia da brisa,
Benditos seios sensuais ao frio,
Sob as copas de seda leve e lisa,
Mamilos salientes,
Desejos frementes,
Ser desejo do ser vontade indecisa,
Hesitações impacientes,
Estímulo de clandestino arrepio,
No calor desse desejo vadio,
   Que do desejo precisa!...

Entrega-se a passarita excitada,
 Ao excitado passarito que a espera,
Pressente-se inquieto e desespera,
Vibra uma brisa silvestre extasiada,
Sobre flores que afloram do nada,
    Colorindo o corpo de Primavera!...
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