.
.
Sou de Rotinas,
Gosto de passar… e passo,
Pelo nunca onde sempre passei,
Faço-me no caminho que desfaço,
E faço o que desfiz quando cheguei;
Reconstruo partidas das quais partirei,
Reconstruo partidas das quais partirei,
Livre dos pontos exactos de compasso,
Sem linhas que limitem o meu espaço,
E me prendam à periferia de uma lei,
Obriguem à constância do escasso,
Curva inconstante do que sei!...
Sou de hábitos e rotinas…
Dou por mim a ver-me passar,
No verde da mimosa já amarela de cor,
Revivo a sensação nova do revisitado
estupor,
Imobilizo-me no sorriso dos lábios florescidos
por amar,
E pinto o primeiro quadro que sempre pintei
e volto a pintar,
Único,
da delicadeza de Primavera a florir no Inverno em flor!...
Sou de rotinas…
Neste hábito de sentir nos compassos a
incerteza a aflorar
Esquecidos dos círculos fechados incompletos por amor!...
.
.
.