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Hábitos de caminhos abrasados,
Empecidos por mais um dia quente,
Derrete-se o passo que se fica
lentamente,
Debaixo dos pés crepitam insectos
queimados,
Haverá sombra de melhores dias mais à frente?!...
“Este Sol corrompe os dias e torna-os
sombrios…”
Hábitos de caminhos fechados abrem-se ao
suor,
Há fosfatos a escorrer em sulcos de
transpiração,
Há pequenas escrivaninhas d’água e outra
maior,
Sento-me na fresca cadeira d’água e vejo
melhor,
Descrevo as miragens num assomo de
inspiração,
Os adjetivos evaporam-se na escrivaninha
menor,
Quase tudo é nada e é do nada que caio na
razão,
Caio no hábito de procurar-me no caminho pior!...
Este Sol corrompe os dias e torna-os
sombrios,
Vende a sombra a quem lhe comprou a
ilusão,
O Sol que queima os pobres nos dias mais frios!...
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