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Algures da visão do meu limite suspenso,
Escorro-me de areia branca numa azul bruma,
E sigo névoas ao vento de teu navegar propenso,
Às despedidas bordadas num encontro pretenso,
De acenada sereia que na saudade se esfuma,
Imaginando a travessia do atlântico imenso!...
É doce o monograma das rotas de sal,
Que flutuam no adeus de teu salgado lenço,
Talvez lágrimas emersas de meu naufrágio real,
Ou a salvação das algas de teu oceano virtual!...
Há segredos vagos a sobreviver na lacuna,
De profundos pensamentos com sentido intenso,
Afogados na maresia íntima que se liberta da espuma!...
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Naufragar em belezas de mares imensos, nadar por poemas intensos, assim tem sido neste mundo virtual. E neste seu poema mergulho, e em algumas frases bebo a maresia de espanto e deslumbramento.
ResponderEliminarabraço!
suas postagens são para mim como uma obra de arte...eu vejo...e admiro...e nunca me canso de admirar....
ResponderEliminarmeu carinho...
Zil
Teu poema me transportou
ResponderEliminarfeito travessia pelo oceano,
marulho, cheiro de maresia,
gosto de sal e todos os tons do
mar
Belo poema!
Afetuoso abraço!
A saudade é amarga de manhã e muito salgada à noite.
ResponderEliminarMas é o sal que dá sabor e completa o tempero.
Abraço.
Um ritmo diferenciado e “...navegar” revela a poesia que existe no lado oculto dos versos aparentes. E assim, nasce o poema, desvelando toda uma poética cheirando a maresia, deixando-nos a impressão de se tratar de uma fotografia, carregada de lembranças e gestos, e misturando-se ao oceano, com a intensidade dos sentimentos mais dolorosos que já experimentamos, a partida [“Às despedidas bordadas num encontro pretenso,”].
ResponderEliminarNo contar da história, os versos escondem-se e revelam-se ao mesmo tempo [“É doce o monograma das rotas de sal, / Que flutuam no adeus de teu salgado lenço,”], lendo no seu reverso, alcançamos seu verso e somos atingidos em cheio pela dor [“Que flutuam no adeus de teu salgado lenço,”]. Do definitivo. A imagem que predomina sobre a paisagem é desoladora. Pela concepção amorosa de cada um, nos aproximamos ou nos afastamos, ou prosseguimos com a leitura e enfrentamos suas consequências, ou a interrompemos. Partir dói e nunca sabemos se a dor é recíproca para quem fica. Talvez sim [“Talvez lágrimas emersas de meu naufrágio real,”]. Talvez não [“Ou a salvação das algas de teu oceano virtual!...”].
Em meio ao conflito e ao sofrimento, uma nova estrofe emerge e há um verso que exprime, senão esperança, algum alívio: “Há segredos vagos a sobreviver na lacuna,”. Num universo de solidão e devastação, a física explica [“De profundos pensamentos com sentido intenso,”], é a luz quem nomeia o canal de lucidez necessária e imprescindível antes do fim que se principia [“Afogados na maresia íntima que se liberta da espuma!...”]. Mesmo que não assegure a efetividade de sua manifestação, existe a opção. E cada qual que faça a sua.
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