sábado, 30 de julho de 2011

Calor










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…Maldito incêndio que ateia a Alma,
Esconde-se em meu calor escondido,
Língua de fogo por beijos de fogo lambido,
Que nem me inquieta nem me acalma!...

Este calor que envolve meu corpo,
É desejo languinhento de animal suado,
Ardendo no olhar de um seboso pecado,
Porca sensação de sentir-me um porco!...

Derretem-se-te palavras sem alarde,
 Arde-me a alma nas línguas do inferno,
Trespassando-te pelo espeto que arde!...

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3 comentários:

  1. Boa noite, poeta d'Alma!Poema e imagem bem ilustrativos do calor da tentação ao pecado da carne.
    «Derretem-se-te palavras sem alarde,
    Arde-me a alma nas línguas do inferno,
    Trespassado pelo espeto que arde!...»
    Invulgarmente perfeito.
    Saudações poéticas.

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  2. O uniVerso em chama, reclama, o poema “Calor” inflama e d’Alma proclama, convergindo entre expressão e conteúdo, na história que não é de contrição, o que ele próprio preconiza: incendiar versos e almas.

    As sensações visuais predominam. Entre o céu e o inferno, o cenário é de fogo e de pecado, sem ser de paixão.

    De efeito e de uma expressividade que dispensam elogios, os versos contêm toda a força da imaginação, mantendo a serenidade mesmo diante das catástrofes. O ato poético é também heróico e serve de fonte inspiradora ao poema que reflete na natureza poética a vida retirada da vida, e impedindo assim, que as brasas remanescentes de um incêndio se inflamem.

    Os versos não oscilam entre sombra e luz. À convergência de uma moral, a confissão. Antes condenado, à absolvição, ou à espera que alguém que possa apagar o fogo. Que não da paixão, mas da razão, de não se ter razão.

    O caminho, ainda que DiVerso, é de luz, porque a poesia é d'Alma.


    ¬
    Lindo poema!

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  3. Maldito fogo que escorre no sangue do tempo, ardendo, vociferando as horas abafadas no grito silêncio das águas que inundam os corpos dos amantes...

    Um beijinho
    da
    Assiria

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