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…Estranho canibal,
Comedor de mulheres cheias,
Famélico por magras bocetas sem fim,
Pandoras carnudas de cornudo festim,
Estranho canibal,
Adefágico animal,
Serviçal de mulheres servidas em ceias,
Degustador,
Sem sabor,
Planta carnívora de jardim,
Linda flor,
Flores feias,
Jardineiro de mulheres alheias,
Que não são tão alheias assim!...
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..alheios (não) serão ..sorrio!
ResponderEliminarGostei da predominância das metáforas!
Um beijinho
da
Assiria
Impossível ler e olhar com distância a realidade, ou a imaginação poética, que envolve o poema “Canibal”, porque querendo ou não, na visão holística, à mesa somos devorados pela poesia sexista, mas nunca elegê-la à condição necrófila.
ResponderEliminarMeu sentimento é perturbado e alguns conceitos são questionados. Inventariando a antropologia, o erotismo é cerimonial. Há um clima de envolvência e suporte à conquista. Não violento. Não transgressor. Justo oposto do que a leitura me proporciona, mas não por falta de aviso [“...Estranho canibal,”], senão para incomodar, tirar do sossego. Não pela fome, mas pelo apetite.
Em termos antropológicos, o poema é cultural, uma espécie de registro sociológico referente ao presente histórico-cultural. Infelizmente. D’Alma parece saber mais que nós que insistimos em viver mergulhados em dúvidas morais. A amoralidade existe além da imoralidade. Como resiste e a que condições, a poesia nos contempla com a realidade [“Serviçal de mulheres servidas em ceias, / Degustador, / Sem sabor,”].
Não há como fugir, o mundo torna-se um lugar menos agradável para se viver. O crime compensa. O sexo selvagem também. Com consentimento, melhor ainda [“Que não são tão alheias assim!...”].
Que alívio.
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ResponderEliminarO prato principal é uma caixa de pandora.
O alimento d'Alma, na leitura dos implícitos, e nisso consiste a poesia, é a sobremesa de cunho moral.