domingo, 29 de maio de 2011

..do Canto


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"É no teu canto que eu canto,
Quando adivinho em teu canto,
O canto que no canto se faz memória,
Aninha-se em cantos a desaparecida glória,
Cantos onde cantos mudos já não causam espanto,
Por ávido canto de estrelas onde canta a escória!...
Há o refúgio suave de asas ao vento em teu recanto,
Onde os teus Poemas são serenos registos de Victória!..."

Roubei eu,
Este Poema que dei,
E se ao dá-lo, bem o pensei,
Não penso que seja só Poema meu,
É também de quem no seu canto o recebeu,
Sem saber do pouco que de seu canto sei,
É Poema que ao lho dar ele mo deu,
Comentário rimado que roubei!...

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3 comentários:

  1. Meu caro amigo POETA;
    Que belo canto, que guardarei eternamente no meu canto.
    Um forte abraço.

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  2. De conteúdo imprescindível, no presente, a inspiração poética, e o poema “..do Canto” conta a história que é de chama ao verso acionado pela capacidade de percepção e de imaginação, na influência recíproca da comunicação da recepção estabelecida entre poesia e leitor [Krystald’Alma / Poemas da Ria].

    Na produção artística, a linguagem. Na técnica, a comunicação. O diálogo. E um presente roubado “[Roubei eu, / Este Poema que dei,”]. Durante o processo de leitura, a inspiração [“E se ao dá-lo, bem o pensei,”]. Na arte final, o verso d’Alma. Um privilégio de ambos [“Não penso que seja só Poema meu, / É também de quem no seu canto recebeu,”]. Ao Poeta a poesia, à poesia o Poeta. A leitura aponta a perspectiva da imaginação e convertido em tema [“Sem saber do pouco que de seu canto sei, / É Poema que ao lho dar ele mo deu,”] vislumbra um horizonte que é de canto e o processo de interação é mérito de reconhecimento [“Comentário rimado que roubei!...”].

    A leitura da poesia é exclusividade do leitor. A poética d’Alma, seja desde a escolha de seus temas, até a escolha de estilos e formas que caracterizam sua linguagem, expressa através de sua postura muito mais que uma simples característica da personalidade, um modelo a ser seguido, ou espelhado, e supera a elegância e a criatividade. Os temas podem se repetir, assim como vida se repete em muitas outras vidas, mas o estilo, este não, é próprio de cada poema. O recebimento de um texto por parte de um leitor, se crônica, ou prosa, conto ou poema, não provoca o mesmo efeito em um outro. As semelhanças podem existir, ou não, necessariamente. Adivinhamos. Conjecturamos. Depreendemos. E erramos numa proporção muito maior aos acertos. Insistimos. Na mão única.

    A feliz escolha das palavras e das rimas, a poeticidade, a performance corporal conduz ao ritmo que faz a melodia e a poesia atinge os órgãos dos sentidos [“É no teu canto que eu canto”]. A estrofe é instrumento e a música acontece; d’Alma canta [“Há o refúgio suave de asas ao vento em teu recanto,”] e um convite se propaga no espaço que é de paz e harmonia [“Onde os teus Poemas são serenos registos de Victória!...”]. Fechamos os olhos e aproveitamos o momento.

    E assim se forma um ciclo de realimentação criativa entre linguagem e arte. Na mão dupla, d’Alma e Carlos Pereira.

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  3. Eu também "roubo" meus comentários, ou algo que oferto.

    E tem cantos que nos encantam, e fazem surgem no canto da nossa alma, um canto, um encanto.

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