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Este círculo intenso,
Fechado no que eu sou,
É linha pela qual me vou,
Aliviando este sentir imenso,
Rectidão curva do que eu penso,
Contorno aberto do que eu te dou!...
E se meu cercado intuir te for denso,
Vais sentir-te abrir onde eu estou,
A esfera delineada que se apagou,
No compasso do teu bom senso!...
Desenho-te dentro de mim,
Com o desenho do teu traço,
Traçando um vazio espaço,
Nos princípios do teu fim!
Talvez sejas centro de um esboço,
Traçado em brisas alinhadas de cetim,
Puídas por nossos raios em alvoroço!...
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Por vezes estamos assim...querendo e não podendo...mas querendo.
ResponderEliminarUm beijo
Sonhadora
Círculo com um raio sem fim.
ResponderEliminarImaginei inúmeras situações.
Um círculo com milhentas formas geométricas.
Parabéns.
Abraço.
..dos traços se contam espaços dum vazio do calar da voz do coração!
ResponderEliminarUm beijinho
e
Bom fim de semana
Blimunda
...da intensidade do circulo um gosto a sol delineado no compasso dum raio altivo e forte...
ResponderEliminarAmei!
Um beijinho
da
Blimunda
Caro amigo POETA;
ResponderEliminarExcelente poema; domínio sobre as palavras e sobre os temas.
Um forte abraço.
Uma figura plana de circunferência de igual distância de suas extremidades ao seu centro. Inspiração e respiração. Uma temática tensa. Transpiração. Na esfera de valor moral, o poema “Círculo” escreve versos que não são de amor, mas contam a história do caráter em linha reta nas rimas que ultrapassam o fazer estético.
ResponderEliminarDe fácil adivinhação, conjunções alternativas não fazem parte da poética d’Alma, [“Este círculo intenso, / Fechado no que eu sou,”]. No caminho [“É linha pela qual me vou, / Aliviando este sentir imenso,”] não há espaço para expansão sentimental [“Rectidão curva do que eu penso, / Contorno aberto do que eu te dou!...”] nas entrelinhas de contrários que não se contradizem nunca. Ao contrário. Na crítica de contundência construtiva os versos ecoam sua voz e reafirmam a expressão de sensibilidade e serenidade na lucidez do caráter que segue em linha reta. Os limites condicionantes [“E se meu cercado intuir te for denso,”], o resultado esperado [“Vais sentir-te abrir onde eu estou,”] e o alarme [“A esfera delineada que se apagou,”], e uma vez acionado, o dispositivo anímico é disparado [“No compasso do teu bom senso!...”] sobressaindo o senso sobre o contra senso de valores morais e literários. A obra.
Os versos seguem seu curso, ou seu ritmo. A distância entre as extremidades aproximam-se cada vez mais dos valores poéticos [“Desenho-te dentro de mim, / Com o desenho do teu traço,”] e circunscrevem-se tanto nas linhas que revelam a delação [“Traçando um vazio espaço, / Nos princípios do teu fim!”], quanto no sentido d’Alma, não das sensações íntimas, mas no plano da realidade concreta que deu origem àquela sensibilidade, agora, mais do nunca, sob seu pleno domínio.
A possibilidade, diVersa: “Talvez sejas centro de um esboço,”. A hipótese: “Traçado em brisas alinhadas de cetim,”. Sem ilusão, porque a poesia d’Alma não estimula a ilusão, a desilusão do círculo estrangula a via, na convicção: “Puídas por nossos raios em alvoroço!...”. As margens, imaginariamente, tocam-se, e a morte, ainda, ocorre por enforcamento.
Passível de reflexão, a quem possa interessar, sem dúvida.
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