quinta-feira, 5 de maio de 2011

Inveja


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-Ai, meu Deus, que é isto?!...
Irreconhecível mistério que eu conheço,
Tão igual plágio da cópia que nunca vi,
Mais poderoso do que um falso Cristo!...

Infâmia vil de um tropeço,
Não reconhecendo algo em si,
Tropeça em todas as almas,
E, vegetando o coitado aqui,
Cai fraco sobre o Destino,
Onde caminhando nas calmas,
Sente o torpe olhar alcalino,
Do adeus, da imediata Saudade;
Arrepende-se do nada e do tudo,
Não compreendendo que na verdade,
O Universo num firme grito mudo,
Ordenou que dele houvesse piedade!...

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3 comentários:

  1. Ficou desvendado o mistério num poema que é um grito da alma que tropeça noutras amas julgando ser a sua, mas a foto encarrega-se de mostra que há apenas esse olhar único e genuíno.

    Beijos
    Manu

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  2. Gritas com ALMA

    A inveja é o grito...mas negativo

    Escreves de encontro à alma de quem te lê porque isso é o fruto que brota de ti.............

    Quem és?????????????

    Que interessa...Tens o grito forte de ti

    bjito da gota

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  3. Um travessão e um ponto de interrogação. Uma pergunta com resposta de causa conhecida e efeito mais que reconhecido. O saber poético diante do imprevisível, o questionamento e o enfrentamento dos sentimentos que incomodam, no argumento sobre a posição de origem [“-Ai, meu Deus, que é isto?!...”] e tiram-nos do sossego, uma das características predominantes do estilo literário d’Alma.

    O tema ético e o poema, a filosofia e a poesia. A sensibilidade poética e a moral. E assim d’Alma apresenta-nos “Inveja”. Uma aventura pelo uniVerso em que vivemos para redescobri-lo como positivo, ou negativo, inquieto ou sossegado.

    O fundamento religioso nas escrituras [“Tão igual plágio da cópia que nunca vi, / Mais poderoso do que um falso Cristo!...”]. A duplicidade da RE-informação é um atestado intencional ao sentimento, cujo disfarce é tão ruim quanto a sua confissão, por ser de caráter íntimo e pessoal. Umas vezes indolor, outras vezes não, mas nunca isento de lesões [“Tropeça em todas as almas,”].

    A aflição. O jogo de palavras e os contrários de efeito poético [“Onde caminhando nas calmas, / Sente o torpe olhar alcalino,”], lições de vida num corpo d'Alma docente. Um sentimento que compromete qualquer relacionamento. Conspiração. Morte e traição. Separação [“Do adeus, da imediata Saudade;”]. Não contribui para a igualdade e sem princípios, a justiça não procede.

    Diante das adversidades, a reflexão na sintonia das vozes, ou do grito [“O Universo num firme grito mudo,”]. E a essência do verso no caminho de mão única, a morte é certa [“Ordenou que dele houvesse piedade!...”].

    Uma opção que nos pertence, a escolha. Entre a poesia e a realidade, o meio de depreender e aprender com a poética d'Alma.

    ¬

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