.
.
.
Um vizinho de um pobre Judeu,
Que pelo martírio já havia enriquecido,
Comprou a patente de todo o sofrimento conhecido,
E um grato passe em branco que ficou como seu,
Justo monopólio que o sofrimento lhe deu,
Sacrificado ouro do vizinho esquecido!...
Há um dentista por dentes de ouro urdido,
Que arrancou o ouro das dores a sangue frio,
Confundindo seu ouro com o ouro do bandido!
.
.
.
É muito sofrimento...
ResponderEliminarE eu fico aturdida, sem compreender direito.
E nem tudo o que brilha é ouro!
ResponderEliminarNem todo o sacrificio vale a pena...
Bjs dos Alpes
Patente de todo sofrimento,,,interessante isso,,,bem criado...abraços de bom dia.
ResponderEliminarMeu querido bom dia!desculpa,mas as vezes não me acho a altura pra comentar,mas esse enriquecimento sobre o martírio acho eu, deveria ser investigado pois isso é real ,aconteceu mesmo, o seu post faz sim refletir ,quantos judeus não viveram das mazelas da vida enquanto outros enriqueceram com os sofrimentos do mesmos...gostei do teu poema!um abraço!
ResponderEliminar09.03.2011, Quarta-Feira
ResponderEliminar“Vizinho de Judeu” ilustra a tela de mistérios no primeiro dia da Quaresma, no poema que, brincando com sinônimos, constrói versos de caráter real e histórico, dando-nos uma lição de comunhão e vida, propícia à época.
Duas leituras. Uma literal e outra irônica. Um estilo inovador de se fazer poesia, diVersa. Para nenhuma delas, entretanto, devemos negligenciar a seriedade que se depreende de seus versos. A magia da poesia d’Alma é fruto do seu desassossego, sustentado pelo equilíbrio entre forma, conteúdo e linguagem. Rimas e versos caminham entre a história que é de sujeito, memória, canto e discurso: “Um vizinho de um pobre Judeu, / Que pelo martírio já havia enriquecido”.
Até depois de mortos os judeus eram humilhados e tinham seus dentes de ouro arrancados de seus cadáveres [“Há um dentista por dentes de ouro, / Que arrancou o ouro das dores a sangue frio”]. A história pode ser cruel, mas não é privilégio de uma fantasia. É real. Assim como é real o envolvimento da humanidade, sendo diretamente afetada, por religiões falsas ou verdadeiras e por sistemas de governo e governantes, desde que o mundo é mundo. Inexplicáveis carnificinas marcaram a história em detrimento de religiões individuais, onde cada povo apropriava-se do direito que julgava ter sobre seu semelhante à visão de suas particularidades religiosas.
O wallpaper [Golden Teeth], representado por caveiras e seus dentes de ouro, lembra-nos da fragilidade da vida que deve estar voltada para se fazer o bem e do princípio básico da Quaresma.
O desfecho do poema exige uma exclamação, até pela seriedade da temática. O clima é tenso: “Confundindo seu ouro com o ouro do bandido!”. A sua riqueza, A., confere maioria absoluta no verso que é de paz, harmonia e sensibilidade.
¬
Bom fim de semana.
Poesia representada no palco da vida.
ResponderEliminarVivida nessa mesma vida
e contada de forma enigmática,
de forma a confundir o entendimento
entre o Bem e o Mal.
Adorei seus versos e escrevo poesia.
Maria Luísa
Um dos maiores males da humanidade( homem )está no que o homem é capaz de fazer ao outro homem e não só...
ResponderEliminarTenho na familia descendentes de judeus e o seu poema« Vizinho de Judeu» tocou-me a alma.
Duas leituras em dois sentidos.
Perfeito. Esplêndido.
Abraço fraterno