.
.
.
Há públicos sistemas prostituídos,
Fechados a sete chaves da prostituição,
Há portas prostitutas abertas aos escolhidos,
Candidatas à escalada com poderes instituídos,
Há ofertas internas para não trair a instituição,
Que paga os favores com o favor da promoção,
Prostituindo o desempenho dos despromovidos!
Há alternâncias de alterne em reuniões,
Onde se abrem pernas às selectivas posições,
Que a promovida angariadora sempre promove,
Prostituir-se sem exame é a prova dos nove,
Ciência exacta de prostituídas promoções!
É um subsistema de pasto interno,
Onde as vacas que pastam divorciadas,
Putas manhosas na subsistência do inferno,
São carne sem dono na venda do consolo eterno,
Negócio fechado à porta fechada das fachadas,
E lá se reúnem longe das testas enfeitadas,
Com lindas flores de cornudo moderno!...
E assim vai este País,
Entre vaidades e orgias,
Sem direitos nem Juiz,
Onde um povo infeliz,
É traído todos os dias!...
.
.
.
É um rebanho infeliz
ResponderEliminarsempre traído pelos donos
mas não lhe nascem os cornos
porque o mandante é o juiz.
Obrigado pela visita; eu gostei deste cantinho.
Abraço
A razão sobrepõe-se à emoção, alia-se à revolta social e ilustra a tela d’Alma com o poema “Prostituição” na história que não deixa de ser de amor e denuncia o sexo explícito do falso moralismo político de seu país.
ResponderEliminarNem um corpo, nem um gênero. Mas várias são as faces da promiscuidade [“Há públicos sistemas prostituídos, / Fechados a sete chaves de prostituição”]. Como no comércio de compra e venda que é de sexo sem amor, os versos não vinculam o trabalho ao mérito profissional: “Que paga o favor com o favor da promoção, /Prostituindo o desempenho despromovido!”. O foco da poesia desvincula a aptidão e o aperfeiçoamento necessários a todo trabalhador e vai de encontro a comportamentos, hábitos, ações e atitudes que diminuem o homem de sua integridade humana.
Os versos, essencialmente lúcidos, caráter predominante nas poesias que é d’alma, são extensivos de razões, ricos de simbolismos e configuram o UniVerso que une o poema à poesia para contar, cantar e delatar. A estrutura poética representa a política partidária do consumismo, do materialismo, da violência, de máscaras e aparências, o submundo “Onde se abrem pernas a selectivas promoções” de um governo que tem como aliados falsos moralistas.
Ao mesmo tempo, o olhar desfamilarizado e inconformado com as práticas aliciantes “Onde as vacas que pastam divorciadas, / Putas manhosas na subsistência do inferno”, é isento de preconceito à prática profissional no que se refere ao aspecto temático do poema. Há informação. Indignação. E manifestação. Trazer à tona um discurso do gênero lembra-nos de que a vitimização, conhecida das profissionais do sexo, resume-se ao último lugar social como recurso de subsistência. Neste ponto as semelhanças são tênues: “E assim vai este País, / Entre vaidades e orgias, / Sem direitos nem Juiz”.
Resta o corpo, sem alma. E uma conta a ser paga, “Onde um povo infeliz, / É traído todos os dias!...”. Contra esse tipo de promiscuidade sabemos que não há preservativo que proteja a sociedade das DSTs.
¬
O mais belo de todos os seus poemas sociais.
retrato a preto e branco (a cores nao é possivel) de um país, o mais triste é que é o nosso.
ResponderEliminara foto muito bem "casada3 com poema.
um beij