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Vamos juntar nossas migalhas,
Que os senhores de nosso Destino pisaram,
Vamos abraçar a dança da chuva que eles nunca dançaram,
Voltar a amassar o pão para cozer nas quentes fornalhas,
Com o frio da fome que gelou as perdidas batalhas,
E dar-lhes a provar o Destino que nos traçaram,
Roubando dignidades, até, esses canalhas!
Vamos ensinar a essa canalhada,
Com quantas letras se escreva a fome,
Vamos mostrar-lhes como é que se come,
A miola que pelo desprezo deles foi esmagada,
Matando a fome à fome com mais fome alimentada,
Gritemos o significado da palavra que no dicionário se some,
Empanturrando-os com o significado do seu verdadeiro nome!
Vamos mostrar a verdade a esses gordos gatunos descarados,
Todas as variações das cores pálidas da verdadeira pobreza,
Vamos misturar essas cores com a cor rosada da riqueza,
E descobrir as novas cores que nos murais ilustrados,
Fixarão corajosos quadros pela igualdade pintados,
Com suave processo limpo por honesta firmeza,
Que nas lições da fome foram ensinadas!
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Pais desesperados, ao diabo gratos,
Rezam pelo fim dos gatos decepados,
E das lebres pardas que miam nos pratos;
Uma pobre Família sagrada de créditos firmados,
Foi publicamente acusada pelo seu gato, por maus tratos,
Entretanto, as lebres passeiam longe dos olhos esfomeados!
...
Vamos juntar nossas migalhas,
E matar a fome a esses canalhas!...
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Um protesto, me pareceu.
ResponderEliminarE que é preciso ensinar a palavra honestidade, respeito, dignidade...e parece ser difícil ensinar estas palavras a quem esmaga o pão do próximo, a quem tira o que do outro é de direito.
A quem só entende a fome de comer o alheio, um fome que não se sacia nunca.
(Gostei dos desenhos formados com o poema, vi barcos)
Guarde a bala, porque vamos encontrá-lo(s)... a jeito!
ResponderEliminarParabéns pelo espaço e originalidade.
Cumprimentos.
Escrever ou declamar já não basta ao poema que é de grito e de dedo, em riste, no tom, além de acusador, imperativo de dor e urgência, na poesia social, temática de questões sociopolíticas, e assim nasce “A revolta das Migalhas”, revelando-se fiel à realidade do mundo em que vivemos.
ResponderEliminarA função poética d’Alma não se limita a rimar versos baseando-se apenas na estrutura da mensagem. Ela transpõe [“Com quantas letras se escreva a fome”]. Existe o contexto cultural e histórico, e o estilo poético funde-se à poesia, independente da inspiração, ou da criatividade. Existe a sensibilidade e a esperança de alimentar, não um povo, mas, materializando-a em consciência, divulgando e dividindo conhecimento, informação e experiência, motivar a busca pela verdade, igualdade e justiça “E dar-lhes a provar o Destino que nos traçaram, / Roubando dignidades, até, esses canalhas!”, porque, sabe-se a Alma, [desenvolver - socializar - democratizar], é o único agente de transformação da realidade.
A tela é negra. A tinta é branca. A paisagem é um punhal. E os versos são densos e tensos “Matando a fome à fome com mais fome alimentada”. É fácil falar sobre fome com o estômago cheio. Difícil é seu contrário. Mas, mais difícil é [“Gritemos o significado da palavra que no dicionário se some”], depois de transformá-los em obra poética, alcançar o outro em seu sossego e somar forças à construção de uma história, que não é resultado de um fenômeno natural e sim da desigualdade social, e que por direito, consiste na garantia da dignidade do ser humano e em condições favoráveis à sua sobrevivência.
O UniVerso que tanto encanta, desencanta o sentido entre cooperar e competir “Rezam pelo fim dos gatos decepados, / E das lebres pardas que miam nos pratos!”, onde as testemunhas principais são a consciência e a bondade. Não a bondade da referência à mão esquerda, que sabemos não proceder à poesia DiVersa, mas à moral. Porque essa não depende de um tempo, ou de uma época, mas da qualidade de vida que se confirma ao seu princípio: “Uma pobre Família sagrada de créditos firmados”.
Agregar versos, estrofes e poemas à atualidade fazem parte do estilo poético d’Alma, somando forças à solidariedade e ao espírito de cooperativismo, fundamentados na justiça. “Vamos juntar nossas migalhas / E matar a fome a esses canalhas!...”, a rima instiga a reflexão, estimula a oralidade e a liberdade de expressão, porque há “Pais desesperados”.
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A mão pesa, mas nunca bate sem razão.
Um protesto forte que precisamos ouvir...abraços de bom dia.
ResponderEliminarUm fantástico grito de protesto e de alerta.
ResponderEliminarÉ necessário utilizar a palavra honestidade...Coisa já em fora de uso pelas bandas portuguesas..
O poema fantástio
bjito da gota
Migalhas, migalhas... só provando para saber seu real significado.
ResponderEliminarVersos em estado permanente de alerta. A união que, senão faz a força, desperta a consciência.
Boa semana!
Caro POETA;
ResponderEliminarDa palavra que ensina e estimula, nasceu um extraordinário poema de alerta.
Gostei imenso.
Parabéns.
Um forte abraço.
Forte, duro, verdadeiro, sublime
ResponderEliminaresse alerta para quem não vê,
para quem não repara...
"Vamos juntar nossas migalhas
e matar a fome
a esses canalhas"...
Muito bom o que escreve, poeta amigo. Muito bom!...
Deixei resposta, ao que me deixou escrito, baseado no meu poema.
Adorei responder-lhe, baseada no seu poema, escrito no meu recanto,
dedicado a meus versos.
Agradeço,
Maria Luísa
Obrigada pelo carinho,
ResponderEliminarfoi uma Honra!
Maria Luísa
Que dizer...
ResponderEliminarque dizer...quando neste espaço tudo se traduz na paz d'alva florida em sons de folhas coloridas!!
Um Beijinho
da
Assiria
Siga-me pois é seguindo os passos dos demais que nunca estamos sós (moi meme)
Excelente
ResponderEliminarSábado lá estaremos
a juntar migalhas