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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Viagem ( A descoberta)

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Tudo, meus olhos quiseram possuir,
Quiseram ser vistos por todo o olhar,
Que todos os olhos me vissem viajar,
Por esse mundo fora, sempre quis ir,
Ver os outros olhos verem-me partir,
 Vê-los invejosos ao verem-me voltar,
   Logo partindo, para continuar a vir!...

Continua minha satisfação insatisfeita,
E não sei qual a razão dessa miragem,
Tudo foge deste olhar que se estreita,
Há um olhar meu que me espreita,
Bem dentro de mim,
Desconhecido jardim,
Vou para fora de meu ser em viagem,
Há uma saudade que comigo se deita,
Viajamos fora de nós, de passagem,
Aproximo-me do fim,
E volto vazio de tudo, sem bagagem,
De olhar vazio, sem a viagem perfeita,
Enche-se, meu olhar, de coragem,
  E comigo se deita,
      Viajando… assim!...

...tão perto eu estive do que era,
Do vivo regato que em mim vive,
 Onde bebe, eterna, a Primavera,
 Saciando-me como eu o quisera,
  Procurei-me onde nunca estive,
     Na Alma onde sempre estivera!...

Viajo agora por mim adentro,
Numa viagem onde me confesso,
Descubro a minha Alma no centro,
    Viagem sem partida nem regresso!...


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terça-feira, 28 de maio de 2013

Eu Flutuo

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Eu flutuo!...
 Enquanto os outros caminham e me vêm caminhar a uma distância inexistente do chão que pisam, eu flutuo um pouco, muito pouco, acima do chão que os pisa!... Eu flutuo, sem peso, sem forma… talvez seja a forma de um peso excessivo que se forma, não por ele mesmo, não pelo que pesa na sua própria consciência, mas…
É um peso esmagador,
Ocupante,
Invasor,
Perturbante...
Demasiado petulante,
De um pobre sonhador,
Deitado ao desamor,
    Hehehehe… Galante!...
Eu flutuo!... Serpenteio entre as escamas esquecidas nas camas perdidas, das companhias ou do companheiro… entre o valor perdido do dinheiro… e da raiva que morde os que perderam algo, sem saberem que, ao perderem-se, foi tudo que perderam. Procuram-se entre as pessoas que não flutuam, entre as pernas daqueles que caminham entre eles, imóveis… entre o interior das coxas onde o sexo repousa, dorme e… dorme. É tanto o sono que não sabe se dorme. É tanto, o interior que morre!...
Não morre por morrer,
Vai morrendo sufocado,
Pesado,
Morre por não foder…
Envelhece por envelhecer,
Cansado,
   Sem prazer!...
E, pelos outros, eu quase amuo!...
E é pelos outros que, no caminho deles, eu flutuo!...
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