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terça-feira, 28 de maio de 2013

Eu Flutuo

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Eu flutuo!...
 Enquanto os outros caminham e me vêm caminhar a uma distância inexistente do chão que pisam, eu flutuo um pouco, muito pouco, acima do chão que os pisa!... Eu flutuo, sem peso, sem forma… talvez seja a forma de um peso excessivo que se forma, não por ele mesmo, não pelo que pesa na sua própria consciência, mas…
É um peso esmagador,
Ocupante,
Invasor,
Perturbante...
Demasiado petulante,
De um pobre sonhador,
Deitado ao desamor,
    Hehehehe… Galante!...
Eu flutuo!... Serpenteio entre as escamas esquecidas nas camas perdidas, das companhias ou do companheiro… entre o valor perdido do dinheiro… e da raiva que morde os que perderam algo, sem saberem que, ao perderem-se, foi tudo que perderam. Procuram-se entre as pessoas que não flutuam, entre as pernas daqueles que caminham entre eles, imóveis… entre o interior das coxas onde o sexo repousa, dorme e… dorme. É tanto o sono que não sabe se dorme. É tanto, o interior que morre!...
Não morre por morrer,
Vai morrendo sufocado,
Pesado,
Morre por não foder…
Envelhece por envelhecer,
Cansado,
   Sem prazer!...
E, pelos outros, eu quase amuo!...
E é pelos outros que, no caminho deles, eu flutuo!...
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