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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Viagem ( A descoberta)

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Tudo, meus olhos quiseram possuir,
Quiseram ser vistos por todo o olhar,
Que todos os olhos me vissem viajar,
Por esse mundo fora, sempre quis ir,
Ver os outros olhos verem-me partir,
 Vê-los invejosos ao verem-me voltar,
   Logo partindo, para continuar a vir!...

Continua minha satisfação insatisfeita,
E não sei qual a razão dessa miragem,
Tudo foge deste olhar que se estreita,
Há um olhar meu que me espreita,
Bem dentro de mim,
Desconhecido jardim,
Vou para fora de meu ser em viagem,
Há uma saudade que comigo se deita,
Viajamos fora de nós, de passagem,
Aproximo-me do fim,
E volto vazio de tudo, sem bagagem,
De olhar vazio, sem a viagem perfeita,
Enche-se, meu olhar, de coragem,
  E comigo se deita,
      Viajando… assim!...

...tão perto eu estive do que era,
Do vivo regato que em mim vive,
 Onde bebe, eterna, a Primavera,
 Saciando-me como eu o quisera,
  Procurei-me onde nunca estive,
     Na Alma onde sempre estivera!...

Viajo agora por mim adentro,
Numa viagem onde me confesso,
Descubro a minha Alma no centro,
    Viagem sem partida nem regresso!...


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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A Corrida

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Corremos atrás da vida incerta,
Vivendo na incerteza do que vivemos,
Atrás de nós vem a morte mais que certa,
Cheia de nós cegos com que a vida nos aperta,
Vamos desatando os olhos enquanto corremos,
Por cada nó desatado atamo-nos ao que colhemos,
Laçadas desfeitas por cada manhã que nos desperta,
Olhamos para trás do que passamos e nada vemos,
    Á nossa frente, fechamo-nos na noite à descoberta!...

Corremos à toa como perpétuos alienados,
Em cada corrida perpetuamos mais um labirinto,
Atrás de nós, abrem-se esquecidos labirintos fechados,
Ao sentirmos portas fecharem-se corremos assustados,
Sempre em frente, abrimo-nos à diversão por instinto,
Pelo desvio com menos custo,
Sobressaltados por cada susto,
Ante a primeira dúvida de um momento imortal já extinto,
Continuamos a correr pelo tempo dos mortais acossados,
Cada vez mais perto da meta sentimo-nos mais pesados,
Ser o primeiro é o prémio justo,
De repente o sobressalto é medo atacando todos os lados,
Ser último é um desejo robusto,
     Desistir é sair vencedor pela entrada prévia dos condenados!...
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Um jovem imortal, entre os mortais nascido para viver,
Passou de imortal a simples imortal só enquanto viveu,
A meio da marcha do nada que temeu até muito temer,
Foi de um passo firme a um outro passo já a esmorecer,
Uns passos mais adiante, olhou em volta e estremeceu,
Haviam morrido todos os imortais com quem cresceu,
Sentou-se numa lápide onde seu nome pode ler,
Ainda se levantou para ver o que aconteceu,
Antes de ter a certeza de morrer,
    Deu mais um passo e morreu!...

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