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segunda-feira, 25 de junho de 2018

Padres, Padrinhos e o Padrão


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Há um padrão,
Dito cujo e valor,
Medida de corrupção,
Sempre livre de suspeição,
Defendido com muito amor,
Pelo advogado, ilustre doutor,
Que trabalhando em associação,
   É no reino da injustiça, embaixador!...

Outros reinos, reinos de padrinhos,
Padrinhos de seus afilhados valorosos,
Com muito valor dizem deles, vaidosos,
E lá os levam bem aconchegadinhos,
Entre cunhas de panos quentinhos,
E dos olhos de muitos ranhosos,
Pelos eleitos feitos parvinhos,
  Afilhados muito rigorosos!...

São os padres um padrão
Fiéis seguidores da santa corrupção,
Escondidos em sagrados pergaminhos,
Arrebanham beatas desprezadas no chão,
Beatas fumadas pelo desejo do sacristão,
Que está proibido de beber o melhor vinho,
E de cobiçar o protagonismo da oração,
Coberto de intenso cheirinho!...


Padres e padrinhos são um padrão,
Daqueles que prometem todos salvar,
Tudo acaba com o fim do coração,
Que um dia há de parar,
Se o dia não parar primeiro;
Mas o padrão de comportamento,
De todos os pecados mortais prisioneiro,
Segue a equação conveniente do dinheiro,
E se outros pecados vêm ao pensamento,
Equaciona-se uma igualdade no momento,
    Em que o fingido parece verdadeiro!...

Tão verdadeiros são os afilhados,
Os padrinhos, o padrão e os padres,
Fingidores, verdadeiros compadres,
Seguidores dos padrões instalados,
Uns, em nome de Deus invocados,
    Ou devoção fingida das comadres!...

Pode o padre ser um padrão,
Padrão pode ser o padrinho,
    Só Deus sabe o que eles são!...

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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Caminho (Ontem, Hoje e Sempre)


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Ontem fui viagem,
Levei-O em meu caminho comigo,
Fez-se caminho à minha passagem,
     Sou o caminho que me leva consigo!...

Hoje continuo a ser caminho,
N’Ele, sou verdade de caminhos seus,
Com Ele em mim, não caminho sozinho,
     N’Ele, em mim, sou o caminho de Deus!...

E, se em meu caminho encontrar a dor,
Em suas mãos confiarei meu fiel destino,
 Serei encontro feliz sob o seu esplendor;

Amanhã continuarei humilde peregrino,
 Serei d’Ele, a paz, sua Palavra e seu amor,
     O meu trajecto livre, abençoado e divino!...

    
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"Soneto dedicado aos diversos,
que me vão confundindo com diversos padres, 
alguns dos quais, não sei quem são!...
Baseado no mote dado por um Padre muito culto
que nem deve saber que o deu"




sábado, 1 de junho de 2013

Látice


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De um lado o prazer do pecado que se confessava,
Todos os pecados passam pelo látice até ao missionário,
Ao outro lado, chega a confissão em forma de nudez escrava,
A carne ajoelha-se na penumbra da tentação da penitente que pecava,
Os demónios em expurgação atravessam as carnes cruzadas do confessionário,
Envolvem a penitência decotada da pecadora e a tentação do pecado incendiário,
São postos em causa dois últimos mandamentos,
Há o pressentimento dos últimos sacramentos,
Infinitas configurações de fogo apossavam-se da proteção do látice que latejava,
Entre as línguas que se cruzam arde a cruz crucificada do confessor solitário,
Abrem-se e fecham-se os espaços do mesmo fogo que o pecado ateava,
Vai e vem o entra que sai à volta dos pensamentos,
Perversos desejos do inferno lambiam o arrependimento que restava,
O secreto lado absolvente ajoelha-se no centro sentido do contrário,
Ao lado da penitência que ardia de prazer e já não se salvava!...

A sotaina que cobre a carne açoitada pelo pecado,
Cobre o homem que resiste e toda a sua fraqueza,
Trinte e três botões e as cinco chagas do crucificado,
Absolvem-se aos olhos de sete símbolos do sagrado,
Seja preta, violácea ou vermelha de maior grandeza,
Cobrem apenas as partes de uma parte da pobreza,
     Eternas suas cruzes traçadas no látice excomungado!...

Uma batina esgueira-se em auxílio,
Há beatas possuídas exorcizadas num ápice,
Devotas sem um único pecado auxiliadas ao domicílio,
Murmuram-se silêncios na noite de um santo concílio,
   Apaziguada foi a carne nos diversos lados do látice!...

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