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domingo, 4 de outubro de 2015

Luto Celeste


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Vieram de terras distantes,
Para muito perto da inocência,
Fugiram de histórias dissonantes,
Sobre covardia de fugas humilhantes,
Nas trouxas com pedidos de indulgência,
Havia muitos negalhos a atar a incoerência,
Pontas soltas de mentiras incessantes,
Bem atadas à histórica precedência,
    Da ganância estrelar!...
E as estrelas são todas cadentes,
Por mais celestes que se mostrem azular,
Há séculos que há muito sangue nos dentes,
Das veias de todas as raças feitas diferentes,
Algumas estrelas são impossíveis de tatuar,
Na sempre negada igualdade crepuscular,
São iguais ao resto dos frios sóis poentes,
Na esperança perdida, perde-se o olhar,
Dos cadáveres ainda quentes!...

O céu já não sabe o que fazer,
Tudo é céu aberto de valas comuns,
Rasgados são os céus pelo cego poder,
O céu vê suas estrelas caídas fenecer,
Tudo é um céu para o céu de alguns,
O céu de luto não para de sofrer,
   Pela morte dos céus comuns!...
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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A Corrida

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Corremos atrás da vida incerta,
Vivendo na incerteza do que vivemos,
Atrás de nós vem a morte mais que certa,
Cheia de nós cegos com que a vida nos aperta,
Vamos desatando os olhos enquanto corremos,
Por cada nó desatado atamo-nos ao que colhemos,
Laçadas desfeitas por cada manhã que nos desperta,
Olhamos para trás do que passamos e nada vemos,
    Á nossa frente, fechamo-nos na noite à descoberta!...

Corremos à toa como perpétuos alienados,
Em cada corrida perpetuamos mais um labirinto,
Atrás de nós, abrem-se esquecidos labirintos fechados,
Ao sentirmos portas fecharem-se corremos assustados,
Sempre em frente, abrimo-nos à diversão por instinto,
Pelo desvio com menos custo,
Sobressaltados por cada susto,
Ante a primeira dúvida de um momento imortal já extinto,
Continuamos a correr pelo tempo dos mortais acossados,
Cada vez mais perto da meta sentimo-nos mais pesados,
Ser o primeiro é o prémio justo,
De repente o sobressalto é medo atacando todos os lados,
Ser último é um desejo robusto,
     Desistir é sair vencedor pela entrada prévia dos condenados!...
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Um jovem imortal, entre os mortais nascido para viver,
Passou de imortal a simples imortal só enquanto viveu,
A meio da marcha do nada que temeu até muito temer,
Foi de um passo firme a um outro passo já a esmorecer,
Uns passos mais adiante, olhou em volta e estremeceu,
Haviam morrido todos os imortais com quem cresceu,
Sentou-se numa lápide onde seu nome pode ler,
Ainda se levantou para ver o que aconteceu,
Antes de ter a certeza de morrer,
    Deu mais um passo e morreu!...

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