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Como saber,
Como sentir e entender,
As gargalhadas que ouvimos,
Tão silenciosas do que sentimos,
Oposto sentir oposto ao contradizer,
Se nos damos às lágrimas quando rimos,
E nos entregamos ao riso sem nos apetecer?!...
Todas as gargalhadas vão rindo por
oposição,
Opõem-se ao louco do riso que ri de tanto
rir,
Riem-se ao contrário do contrário de
mentir,
Gargalhadas loucas formadas sem
expressão,
Em feiras despidas de siso,
Vestidas de tão louco riso,
Trinam-se esganiçadas em riso que as vai
despir,
Deliram com o delírio que delira com a
opressão,
Gargalham na esperança da gargalhada as
vestir,
Aí
vão estridentes e loucas à procura de servidão,
Servem-se de suas gargalhadas com
sofreguidão,
Para gargalhar da loucura que louca as vai
servir,
e…
São bem servidas de improviso,
Gargalhadas de corpo presente,
Ecoam em loucura e sem aviso,
Esvoaçando num voo impreciso,
A voar numa sanidade aparente!...
Cai um silêncio triste sobre a gargalhada
calada,
Silencia-se cabisbaixa a sapiência com
amargura,
Exala um último suspiro numa revolta
amalucada
Desvanece-se culta a voz numa última gargalhada,
Sente-se na pele o arrepio da realidade
mais dura,
Rasgam-se seus velhos lábios sábios numa
risada,
Gargalha-se de si a gargalhada louca sem cultura!...
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