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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Bissexto dos Comuns

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Comum não é qualquer ano,
Nem os há para qualquer um,
Há dias iguais de ano comum,
E nódoas no branco do pano,
  Há panos tingidos por engano,
      Bibes sujos sem futuro algum!...

Comum é também o pretexto,
Ego que roda à volta de seu rol,
Júlio e Gregório são puro crisol,
É ímpar a ideia de ano bissexto,
 Pares indivisíveis pelo contexto,
     Espelham o dourado do seu sol!...

É movimento sem contestação,
Girar à volta de si,
Como nunca vi,
Girar num cerco de translação,
Os calendários pouco são de ti,
São a convenção de quem se ri,
Convencionada razão,
São religiões da religião,
O poder algures por aí!...

Tudo gira por este mundo que gira,
Ai que giro ver loucas ideias a girar,
E rolam cabeças à volta da mentira,
Abraças o bissexto que anos te tira,
      És ano comum com a cabeça a rolar!...
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Calendário



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Os ídolos colados na cal apodrecida,
Apagavam a memória dos calendários,
Entre as sumptuosas coxas e seios de diva,
Arregalavam-se os batidos dos olhos solitários,
Gastos orgasmos marcados nos desgostos diários,
Dos sonhos que se guiavam pelas estrelas da vida,
Talvez sonhos encantados, talvez estrela prometida,
Brilhando sob doze marcas dos prazeres ordinários,
Dias de cal viva queimados na esperança perdida!...
Foram caindo as folhas nuas dos velhos calendários,
Dos olhos precipitaram-se as despidas vendas,
Amontoam-se os dias na folha desiludida,
Dos meses nus deitados às calendas!

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