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Comum não é qualquer ano,
Nem os há para qualquer um,
Há dias iguais de ano comum,
E nódoas no branco do pano,
Há
panos tingidos por engano,
Bibes sujos sem futuro algum!...
Comum é também o pretexto,
Ego que roda à volta de seu rol,
Júlio e Gregório são puro crisol,
É ímpar a ideia de ano bissexto,
Pares
indivisíveis pelo contexto,
Espelham o dourado do seu sol!...
É movimento sem contestação,
Girar à volta de si,
Como nunca vi,
Girar num cerco de translação,
Os calendários pouco são de ti,
São a convenção de quem se ri,
Convencionada razão,
São religiões da religião,
O poder algures por aí!...
Tudo gira por este mundo que gira,
Ai que giro ver loucas ideias a girar,
E rolam cabeças à volta da mentira,
Abraças o bissexto que anos te tira,
És ano comum com a cabeça a rolar!...
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