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Escondemos-te
o que sabes desta mágoa,
Do teu
amor tão distante que nos magoa,
Procuramos-nos
em tua moral de pessoa,
E é um rio
que vemos, triste e sem água,
Leito árido por onde teu Amor se escoa!...
Do sadio
Amor dos que te amam te dão,
É Amor
nascido ainda antes de nasceres,
Dado à
luz, foste a luz dos amanheceres,
Amanhecemos
contigo em nosso coração,
Anoitecemos tristes se triste
anoiteceres!...
Como é
imensa a tristeza da saudade,
É mais
triste quando estás mais perto,
Tão longe te
vislumbramos amizade,
Procuramos-te
de coração aberto,
E o que
encontramos mais certo,
É uma triste realidade!...
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Tão cego o
nexo causal,
Das
circunstâncias até ao efeito,
Tão sexo é
o hábito do sexo casual,
Do acontecer
até ao defeito,
Já
friamente contrafeito,
Na podridão social!...
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Comentar “Sexo Causal...” é um daqueles Poemas que me desafia a leitura, e o movimento, certa do quanto é arriscado trilhar pelo caminho de uma escrita muito bem elaborada, e que, a princípio, apenas serve-se pelo presente instrumento poético como comunicação e desabafo.
ResponderEliminarDentre a diversidade temática de que se vale d’Alma, elejo três temas para este comentário: o amor paternal, que [“É Amor nascido ainda antes de nasceres,”] simboliza o sentimento que se traduz na compreensão, na confiança, no acolhimento e na educação à liberdade com responsabilidade; a saudade, que [“Como é imensa a tristeza da saudade,”] ganha força criadora quando se volta para seu aspecto trágico, ou seja, a tristeza, também representada pela caminhada solitária, e pela própria Poesia, que constitui um caminho de interferência e reflexão ao leitor; e o sexo casual [“Tão sexo é o hábito do sexo casual,”] como símbolo do princípio pornográfico e crítica social.
O desassossego provocado por todos esses conflitos é uma excelente oportunidade para promover a reflexão no que se refere à educação e à formação de nossos filhos, independente de gênero ou de idade, por trabalhar a subjetividade através da inquietação, mas de forma tão consciente que a serenidade prevalece na Poesia.
Enfim, educar também é indicar o caminho que pode dar no outro lado da Vida. Um lado menos obscuro e mais sólido, mais repleto de cores, a fim de que também o leitor atravesse essa estação invernosa, e entre, pela porta da frente, no reino da Primavera, ou do Verão, e, com responsabilidade, alcance o prazer como causa, ou consequência, do Amor.
Não é fácil, mas é possível, e neste caso, me atrevo a dizer que meu comentário pode ser um pequeno passo nessa trajetória.
Boa semana, d'Alma.
Notável poema, quer nas palavras quer nas rimas. Magnífico.
ResponderEliminarParabéns.
Abraço poeta.