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Qualquer sol lhes era sombra de um
sol-posto,
Serviam-se da dor escondida em seus corpos
cansados,
Para darem à própria Alma sombria o seu
rosto!...
Sabiam-se sem a alma porque sofriam,
Conscientes de seus equívocos desalmados,
Consciência de fazer suas as dores que liam!...
Poetas…diziam-se,
Clamando-se à gratidão dos clamados,
Dizendo-o
uns aos outros que poetas se… diziam!...
Assim se pavoneavam… os “peotas”,
Não os Poetas que sem erro nem no erro se viam!…
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Na urgência de colmatar uma página em branco, d’Alma escreve com tinta vermelha um poema que sangra da arte como organização de seus opostos, na liberdade da partilha em esclarecer, ou desfazer enganos, e, somente mediada pela poesia por um discurso argumentativo e coerente, sobre a luz e a sombra, ou escuridão, quente e frio, perto ou longe; sofrimento ou prazer; sobre o superficial e o profundo.
ResponderEliminarA vertente humanística da presença de uma vogal numa posição contrária à palavra já indica o contexto que se pretende abordar, conferindo ao poema, ou ao corpo poético, destaque à palavra que tanto pode ser de caráter individual, com destinatário certo, como coletivo, mas sempre de consciência uniVersal, enquadrando-a de forma adequada à sua função e preservando, assim, a sua dignidade.
Ao devolver a vogal à palavra correta, fica evidente a razão por sua troca. A virtude poética e humanística, porém, não está limitada à substituição de uma vogal, nem à criação de uma nova palavra, nem à paródia, mas à preocupação com o que o segmento de seu significado pode causar, ou seja, com a função ética que a poesia exerce quando agrega saber e sentimento na produção desse significado à sua própria semelhança e à semelhança do outro.
E a arte, a sua Arte A., anteriormente referida como organização de seus opostos, ganha a aparência, apenas da contradição. No sangue que escorre da folha em branco sem alcançar o poema “Peotas”, e confirma a pureza da energia, ou da poesia transformadora. Sem margem para erros, ou enganos. Afinal, e isso sim é maravilhoso, o Poeta também é Humano.
Meu abraço e boa semana.
«Ao devolver a vogal à palavra correta»?
ResponderEliminarPelo que vejo, uma leitora já conhecia os "peotas", boa sorte!
Construir desconstruir
ResponderEliminarporque nem todas as pedras
têm vida por dentro
sendo certo que algumas são estrêlas no chão que pisamos
Meu nome é António Batalha, estive a ver e ler algumas coisas de seu blog, achei-o muito bom,dou-lhe os parabéns, espero vir aqui mais vezes. Meu desejo é que continue a fazer sempre o seu melhor, dando-nos boas mensagens.
ResponderEliminarTenho um blog Peregrino e servo, se desejar visitar ia deixar-me muito satizfeito.
Ps. Se desejar seguir meu blog será uma honra ter voce entre meus amigos virtuais,mas gostaria que não se sinta constrangido a seguir, mas faça-o apenas se desejar, decerto irei retribuir com muito prazer. Siga de forma que possa encontrar o seu blog.
Deixo a minha benção e muita paz e saúde.
Comentar os poemas d’Alma é sempre um desafio, e um prazer. Tanto que às vezes as palavras atropelam-se. Tamanha é a urgência de expressar o que eles me provocam, que os erros, gramaticais ou de concordância, verbal ou nominal, acentuam-se à medida do congestionamento dos sentimentos.
ResponderEliminarMas nesse comentário o erro foi... gravíssimo! A observação de Francisco Coimbra me alertou para o fato de que não há uma ‘devolução’, mas sim, uma inversão.
Portanto, onde está escrito “Ao devolver a vogal...”, deve ser lido da seguinte forma:
“A inversão da vogal evidencia a razão do poema. A virtude poética e humanística, não está limitada à inversão, nem à criação de uma nova palavra, nem à paródia, mas à preocupação com o que o segmento de seu significado pode causar, ou seja, com a função ética que a poesia exerce quando agrega saber e sentimento na produção desse significado à sua própria semelhança e à semelhança do outro.”
Obrigada Francisco Coimbra pela correção. Ou atenção. E me desculpe A. Pina pelo erro.
Bom fim de semana.