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“ ...Nem Sol nem Lua,
Apenas esta ânsia de ser tua,
Mais para lá do amor e sonho meu,
Ser o desejo frutado no sonho teu,
Timidez de Eva vestida e Alma nua,
Paraíso anoitecido que amanheceu!...”
A sombra iluminada de uma serpente,
Oscila entre o abraço hipnótico do luar,
E a sugestão do crepúsculo impaciente,
Veste neblinas nuas de fogo impudente,
Perto dos lábios no outro lado do mar,
Ateando os infernos que ardem no olhar,
Cegueira de incontrolável tesão insolente,
Capaz de todos seus mares incendiar!...
...Nem lua nem Sol,
Tentação de maçã,
Canta pela manhã,
Cantar de rouxinol,
Isco híbrido e anzol,
No amor e na romã,
Anagrama e lençol,
Chá doce e hortelã,
A mar perdido...
A mar perdido...
seu farol!
Alheio,
Ainda viu um seio,
Espreitar da seda macia,
Indiferente à outra mama vadia,
Nem sabe a sorte que tem estar fora do enleio,
Poupado ao embaraço e confusão entre a noite e qualquer dia!...
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Um enunciado próximo de uma atração, e, que, presente no desejo de ser desejada, entra em outra esfera de enunciação: o poema “Tentação”.
ResponderEliminarNem sombra, nem serpente. Nem é do poema a poesia. É das aspas que guardam a atração que não oscila à razão, e ao sentimento, que é rima, verso e temática regular na parte que é toda. Inteira. Fio condutor da imaginação. Sensibilidade e erotismo pela elaboração verbal da manifestação do desejo: a cumplicidade poética.
Assim, à distância de um braço, aberto em espera, o mar resguarda a geografia e acolhe a poesia, que de tão similar, já acusa seu destinatário.
O corpo não foge à estética em que se enquadra a poesia d’Alma. Nem a alma. Nada é poupado. A história é de amor. E mesmo se não fosse, seria do desejo. E se dele não fosse, seria do amor. Ninguém é poupado. Nem o leitor. A poesia é atração. E tentação. Também o sentimento. De amor. Ou de desejo.
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