quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Cenotáfio

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Sabes, meu estranho e amigo Poema desvairado,
Não foi nesta Alma que morreste nem foste enterrado,
Apenas escolheste quedar-te e aqui erguer o teu cenotáfio,
Neste jardim onde não há qualquer poeta desterrado,
  Só para poderes sentir o teu próprio epitáfio!...

Não és poema teu,
És teu fúnebre elogio,
No sobejo verso de ti vazio,
    Cheio de quem em ti morreu!...

Há sempre um preço a pagar,
Pelos pecados sepultados na alma,
    E é por eles que bem podes chorar!...

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